ARTICULISTAS

Cadê o líder?

Tenho a clara impressão de que retornamos no tempo e que estamos vivendo e sofrendo

Gustavo Hoffay
Publicado em 15/06/2018 às 21:37Atualizado em 17/12/2022 às 10:36
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Tenho a clara impressão de que retornamos no tempo e que estamos vivendo e sofrendo em decorrência não apenas da falta de Segurança Pública, mas também da hipocrisia, da nossa falta de atitudes e da ausência de coragem em um Executivo mórbido, passivo. Estamos todos “descombussolados”, como diria meu saudoso amigo Frei Antonino de Bronte! Falta-nos pessoas que sejam, de fato, autoridades e assumam-se na defesa de um povo que implora por suas urgentes providências. Onde, uma organização política bem estruturada, ordenada e com propostas lógicas de ação? Que país é esse, onde busca-se sobreviver sem que haja algum poder com características suficientes para impor escrúpulos e oferecer esperança, que seja plenamente respeitado e nunca renegue o mínimo de ordem e de progresso necessários para uma convivência sadia entre todos os seus habitantes? Fortes somos, mas estamos em falta de uma liderança suficientemente capaz de inspirar-nos a adotar um modelo de convivência e produtividade baseados na ordem, na disciplina! Quando tivemos, desde o fim dos governos militares, alguma organização política liderada por alguém (ou alguns) que tivesse, de fato, a coragem e a liderança de um verdadeiro estadista? Conscientes disso, ainda insistíamos em acompanhar e acreditar no triunfo de nossas esperanças e chegamos a espalhar o perfume do nosso otimismo. Em vão, um dia acreditamos em uma nova receita e hoje a massa é outra; essa tem um caráter espontâneo, mas que necessita de um fermento para recomeçar a crescer, sem esconder-se de maneira virtual e dispersando o que não pode ser tão palpável quanto a nossa necessidade de assegurar um presente que consista, sobretudo, numa bem-vinda convivência entre milhões de tupiniquins. Mas onde está o líder que precisamos? Conseguiríamos sobreviver dignamente pelos próximos quatro ou cinco anos sem uma liderança legítima e conquistada nas urnas ou presenciaríamos e sentiríamos novamente o fracasso e a dispersão de muitos enquanto clamando arrego às Forças Armadas? Nós, povo, somos a maior força armada, armada do desejo de mudanças e de justiça! Somos milhões de guerreiros necessitados de sair da inércia e de apontarmos um líder que oriente a nossa jornada contra o caos instalado em nosso país, sim, pois continuamos a caminhar sem referências de onde pretendemos chegar e absolutamente dispersos, na ausência de uma solidariedade que pressuponha união e coragem. Qual a nossa identidade, se deixamo-nos abandonar em uma anomia sem objetividade e em uma quase total perda da nossa identidade de “brava gente”. Falta-nos coragem e sobra-nos hipocrisia. Onde os valores absolutos, o intelecto, a razão e nobres sentimentos? Estariam eles direcionados a nosso favor ou unicamente desviados para a rápida recuperação de Neymar?

 (*) Agente social

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