ARTICULISTAS

Mensagem de Macapá

Recentemente recebi e compartilhei uma mensagem por via Zap que, segundo consta, é oriunda

João Eurípedes Sabino
Publicado em 25/05/2018 às 21:34Atualizado em 17/12/2022 às 10:00
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Recentemente recebi e compartilhei uma mensagem por via Zap que, segundo consta, é oriunda de Macapá, capital do Estado do Amapá. Motivo do meu gesto em ato contínu seis meninos e uma menina, em dois minutos, passaram ao mundo mensagens que nós adultos, no mais das vezes, temos dificuldades em fazê-lo.

Samuel (7), Caio (10), Oto (6), Pedro (8), Henrique (10) e Pedro Guilherme (8), indagados por certa personagem feminina oculta, informaram: o que querem ser quando crescer e o porquê da escolha. Logo depois, a mesma voz feminina lhes apresenta a menina Raquel, certamente contemporânea deles em idade. “O que vocês acham bonito nela?”. Um a um eles citaram: o vestido, o cabelo, a cor dos olhos, os sapatos, o laço, o rosto. “Faz um carinho nela”, orientou a voz feminina. Três alisaram os cabelos de Raquel e os outros a abraçaram. “Agora, deem um tapa na Raquel. Um tapa forte. Um tapa!”, ordenou a tal voz.

As seis crianças se recusaram a agredir a menina Raquel e, perguntadas por que não, assim justificaram: porque não pode, quem bate em mulher é “corvarde”, eu acho isso feio, não presta, eu não sou de ficar batendo em mulher, nenhuma garota merece. Um dos meninos, com a voz quase chorosa, pontua: porque eu não gosto de bater nos outros. E o vídeo termina com a seguinte mensagem silenciosa: “No mundo das crianças não se bate em mulher. Em Macapá, mais de 3.500 mulheres sofreram violência em 2017. Precisamos mudar essa história. Procure o CRAM e disque 180. Prefeitura de Macapá - cidade melhor é dever de todos”.

Esta crônica poderia ter sido terminada no parágrafo anterior, mas, por me restarem algumas linhas, tentarei usá-las objetivamente. Recebi inúmeras respostas dignas de serem publicadas. Uma delas, entretanto, devido ao seu direcionamento, me permitam torná-la pública. A Escola Municipal Frei Eugênio, através de sua diretora Osana Leal e professores, usará o vídeo para “trabalhar” seus alunos quanto ao respeito à espécie humana e, no caso específico, ao sexo feminino.

De parabéns está a longínqua Macapá, que, graças à tecnologia, nos passa o eloquente exempl o caminho está em salvarmos as reservas morais da nossa juventude. A solução virá, a longo prazo, mas virá.

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