ARTICULISTAS

A Marcha das Mulheres

Há muito esperamos uma Marcha das Mulheres Brasileiras para a consolidação do seu papel na liderança

Ilcéa Borba Marquez
Publicado em 11/04/2018 às 18:23Atualizado em 16/12/2022 às 04:53
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Há muito esperamos uma “Marcha das Mulheres Brasileiras” para a consolidação do seu papel na liderança social em seu sentido amplo que envolva não só os campos tradicionais femininos, mas, sobretudo, aqueles em que sua presença é pequena, e não diferenciadora. Desde a última quarta-feira, na Sessão do Supremo Tribunal de Justiça que votou a aceitação do “habeas-corpus preventivo” do ex-presidente Lula, o Brasil reconheceu e apoiou a atuação feminina tanto na apresentação de seus votos quanto na direção daquela emérita casa de justiça. A partir daí, podemos alçar voos: finalmente, as mulheres conseguiram fazer a diferença, nacionalmente, num momento de importância capital: Raquel Dodge – procuradora-geral da República; Cármen Lúcia Antunes Rocha, presidente do Supremo Tribunal Federal, e Rosa Weber – ministra do Supremo Tribunal Federal.

As redes sociais viralizaram imediatamente, louvando a atuação feminina no Supremo, que alcançou os objetivos propostos, apesar do ambiente totalmente desfavorável. A enorme expectativa do povo brasileiro sobre a sessão gerou tensão entre os juízes, além disso, a certeza compartilhada das múltiplas visões analíticas da plenária, os questionamentos contundentes sempre presentes, a necessidade de consistência opinativa que levasse a uma conclusão de voto sem lacunas e contradições. A densidade absoluta ambiental provocava uma sensação de que o ar poderia ser cortado... a cobrança era de todos... Apesar disso, bem como a enorme diferença numérica entre homens e mulheres que compõem a bancada, a sessão transcorreu produtiva, seguindo a condução segura da presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia Antunes Rocha.

Elas usaram seus conhecimentos jurídicos, bem como rara capacidade linguística, para expressar não só uma visão impressionantemente ampla sobre a vida e sobre os fatos em julgamento, permitindo-nos participar de suas incríveis vitalidade, resistência e de seu compromisso heroico para com a causa dos brasileiros, debruçando sobre o vasto campo das atividades e das emoções humanas. Acompanhar seus textos foi aprofundar nossa compreensão acerca de nossa própria humanidade, realizar nosso potencial e ampliar nossa consciência sobre a infinita complexidade da história e do papel que desempenhamos.

Senti-me, particularmente, sintonizada a este momento cultural brasileiro, porque recentemente estive na presidência da ALTM de Uberaba e, agora, no depois definidor dos êxitos, vejo que a luta foi profícua e produtiva – deixamos um legado positiv a concretização de uma Sede Própria, adequadamente montada e sem ônus: mobiliada e aparelhada para o desenvolvimento das metas associativas e o conforto dos seus associados. Estamos na “Marcha das Mulheres”!

(*) Psicóloga e psicanalista

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