Quais caminhos o Brasil tomará a partir de agora? Quem mais seguirá rumo à Penitenciária para fazer companhia a outros corruptos já encarcerados?
Esta é uma pergunta que viralizou no sábado em um salão de cabeleireiros, enquanto eu cortava o cabelo. Emiti minha opinião, após afirmarem que nas redes sociais, os usuários do WhatsApp e do Facebook acreditam que o STF irá rejeitar o habeas corpus interposto pelo ex-presidente Lula.
Contestei dizendo que não acredito nas redes sociais, pois enquanto vemos milhões e milhões de compartilhamentos pedindo a prisão do condenado, o Supremo tem se comportado de forma contrária, pois o que dá a entender é que Gilmar Mendes convenceu os outros “intocáveis deuses” para livrar da cadeia, quem lhes interessa.
Enquanto isto nós, pobres mortais, temos que engolir, “goela baixo”, os sorrisos sarcásticos, os votos já preparados antecipadamente de uma maioria que pisa, escracha e esculacha nos anseios de toda uma nação, que se ilude na esperança de um combate real contra a corrupção.
Modesto Carvalhosa, doutor em Direito e autor dos livros “Considerações sobre a Lei Anticorrupção das Pessoas Jurídicas” e “O Livro Negro da Corrupção”, relata que “existem no Brasil duas forças que se debatem: a força que combate a corrupção, representada na realidade pela Operação Lava Jato e pela força-tarefa do Ministério Público, enquanto do outro lado, todas as forças para, no Congresso Nacional, legalizar a corrupção, assim como de forma debochada, através da Suprema Corte do Judiciário”.
Enquanto os “deuses do olimpo tupiniquim” cospem na esperança de um Brasil melhor, uma “caravana” “pinta e borda” em cima das decisões do Poder Judiciário de primeira e segunda instância, demonstrando certeza da impunidade e proteção dos Ministros do STF, fazendo campanha extemporânea Brasil afora.
A esperança da grande maioria dos brasileiros é de que o destino final desta caravana seja a Penitenciária da “Papuda”, ou o Complexo Penal de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, cumprindo as decisões do TRF4 e do Juiz Moro.
Começo a me deprimir ao pensar que as trapaças podem fazer parte desse jogo, e sendo publicado nos noticiários que as artimanhas se avolumam nos três Poderes.
De um lado tem a Lava Jato combatendo a corrupção no Brasil e do outro têm forças dentro do próprio Estado querendo legalizar a corrupção, editando leis pró-corruptos, ou soltando ou impedindo que bandidos e condenados sejam presos, conforme as últimas decisões do Supremo Tribunal Federal.
Igor Gielow, jornalista da Folha de S. Paulo, resumiu em sua coluna, a pretensão desta falida caravana ao afirmar: “Sempre que o sapato aperta, o PT apela à mística das tais caravanas, como se Lula fosse emergir delas purificado e renovado, um Getúlio deixando sua fazenda rumo ao Catete, naturalmente contando com um final feliz”, fato este que, desta vez, a Nação não irá engolir.
(*) Marco Antônio de Figueiredo – Advogado e Articulista
