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Marielle

O Rio de Janeiro está sob intervenção militar. Essa foi a maneira que o Governo Federal encontrou

Mário Salvador
Publicado em 27/03/2018 às 19:39Atualizado em 16/12/2022 às 05:16
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O Rio de Janeiro está sob intervenção militar. Essa foi a maneira que o Governo Federal encontrou para tentar diminuir a violência naquele Estado.

O que se pode dizer até este momento é que, além de não ser possível perceber sucesso na empreitada, a situação piorou, com o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista, Anderson Gomes, notícia que alcançou repercussão internacional. A polícia procura o atirador e, também, o mandante do crime. Quem matou Marielle e Anderson? E a quem interessaria a morte da vereadora?

Dúvidas como essas invariavelmente nos remetem àquela suscitada na novela “Vale Tudo” (1988), obra de ficção exibida em mais de 30 países e escrita por Gilberto Braga: “Quem matou Odete Roitman?”. Esse mistério foi elucidado 13 dias depois de ser lançado na TV. A personagem Odete (interpretada por Beatriz Segall) foi assassinada por Leila (Cássia Kiss) por engano, que acreditava ter atirado na suposta amante de seu marido.

Na vida real, é certo que a vereadora não foi morta por engano, pois imagens na mídia mostram o veículo do atirador chegando ao local onde Marielle participava de uma reunião e depois seguindo o carro dela até o ponto em que ela foi assassinada. É de conhecimento geral que a vereadora desenvolvia um trabalho em favor de minorias e incomodava muita gente, atraindo a ira de vários setores.

Encontrar os culpados desse crime (atirador e mandantes, se for o caso) é questão de honra para a polícia, que investiga o caso. E é com apreensão que se espera o final desta história, que não é nenhuma obra de ficção.

O fato de o esclarecimento desse crime emblemático receber maiores cuidados das autoridades nos leva a desenvolver um raciocínio talvez canhestr ficamos por entender por que tantas outras vítimas fatais da brutalidade no Rio de Janeiro não mereceram a mesma atenção. E causa indignação o fato de esses outros crimes serem abordados apenas como mais um anúncio de número de mortos – incluindo vítimas de balas perdidas e vítimas policiais – em confronto entre polícia e bandidos.

Os trabalhos de intervenção militar no Rio de Janeiro vão até 31 de dezembro. Vamos acompanhando as notícias, enquanto esperamos que as investigações do caso Marielle levem à punição dos criminosos.

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