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Tudo a seu tempo

Revendo os acontecimentos destes últimos dias ou destas últimas semanas, notamos o quanto os fatos podem ser compreendidos, incompreendidos, narrados, contados ou distorcidos...

Karim Abud Mauad
Publicado em 26/03/2018 às 07:40Atualizado em 16/12/2022 às 05:16
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Revendo os acontecimentos destes últimos dias ou destas últimas semanas, notamos o quanto os fatos podem ser compreendidos, incompreendidos, narrados, contados ou distorcidos ao bel prazer de quem fala, escreve, lê ou ouve, seja nos canais de televisão, nas rádios, nos jornais e em revistas, nas redes sociais, nas conversas com familiares, amigos, nas famosas rodas de bar. O tempo não para, mas tudo tem seu tempo...

Seja o assassinato da vereadora no Rio, seja a decisão do STF no caso do ex-presidente, seja a morte de um policial aqui em nossa cidade, retornando de um tratamento de saúde e sendo assaltado por marginais, seja o caso do bispo da Igreja Católica e seus padres... Enfim, essas notícias causaram novamente um clima de nós e eles país afora. Todo e qualquer tipo de violência deve ser condenada, independente do tipo de arma que é usada, pois temos visto assassinatos acontecerem e crimes serem cometidos sem o uso de armas de fogo.

O que nos preocupa é a facilidade de gerarmos mocinhos e ou bandidos, heróis e ou mártires, onde não existem bandidos, mocinhos, heróis e ou mártires.

Somos um país que se ajoelhou perante o mundo pela quantidade de escândalos que se sucederam e levaram a nação para a pior crise econômica e moral de todos os tempos, nunca antes, desde 1500, tivemos tantas mazelas desvendadas em todos os níveis de poder político ou financeiro, colocando na mesma cesta o público e o privado, os poderes da República e instituições antes acima de quaisquer suspeitas. Vivemos um momento único e deveríamos aproveitar essas dificuldades para reconstruirmos um novo projeto de nação (já falamos desse tema em outro artigo) e não ficarmos divididos como torcidas de futebol, tratando mal uns aos outros, inventando notícias falsas e esparramando a discórdia entre irmãos. O caso do FACEBOOK interferindo na vida dos americanos é um exemplo pronto e acabado disso que vivemos hoje.

É legítimo que todos nós tenhamos o direito de ter preferências, fazer escolhas e tomar posições. Mas, ao mesmo tempo, temos o dever de respeitar as escolhas e preferências dos outros. Este exercício maduro de cidadania e democracia pode e deve nos levar a fazer escolhas sensatas, pensando no todo, e não apenas no individual. Assim daremos o primeiro passo na reconstrução do Brasil.

Dito isso, gostaria de contribuir para as nossas reflexões! A vereadora não merecia o fim que teve. Os policiais, os civis que morrem todo dia, vítimas de balas perdidas e descasos, merecem o fim que tiveram? Algum artista lembrou-se deles no festival LOLLAPALOOZA?

O ambiente na saúde, na educação, na segurança, na cultura, no esporte, entre tantas áreas, favorece para que o país possa virar a página, ou ficar esperando novos casos como esses surgirem no cotidiano e na imprensa? Que país queremos construir? A avaliação é individual, a construção, coletiva.

Na Semana Santa teremos bons momentos em família, com certeza, para revermos princípios e posturas. Neste núcleo começa nossa oportunidade de discussão madura desses temas. Discussão de ideias, e não de pessoas e muito menos devemos gerar brigas. O tempo não para, já dizia Cazuza... E o Brasil, se não acordar, perderá o tempo da história e destruirá a esperança de milhões de brasileiros.

Uma boa semana a todos. Vamos fazer a nossa parte. Com ovos de Páscoa fica mais leve e doce.

(*) Karim Abud Mauad

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