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Domingo de Ramos 2018

No final da Quaresma, abrindo as celebrações da Semana Santa, o Domingo de Ramos

Dom Paulo Mendes Peixoto
Publicado em 24/03/2018 às 19:56Atualizado em 16/12/2022 às 05:20
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No final da Quaresma, abrindo as celebrações da Semana Santa, o Domingo de Ramos tem um significado importante para a vida dos cristãos. Todo cenário da Paixão de Jesus Cristo começa por aí. Sua entrada triunfal em Jerusalém abriu espaço para que os judeus realizassem tudo aquilo que já vinham maquinando há algum tempo. Procuravam uma forma concreta para condená-Lo à morte.

Com o Domingo de Ramos, Jesus torna mais evidente sua identidade como Filho de Deus. A partir daí, Ele faz um caminho de sofrimento, que engloba todos os gestos da Paixão, proclamado pela Semana Santa, mas, como o Messias, portador de paz e salvação para toda a humanidade. Ele supera os atos atrozes de violência e convoca o perdão do Pai para todos que O condenavam à morte na cruz.

O Brasil tem sido uma Pátria de sofrimento. A violência feita ao ser humano é preocupante, porque quase não encontramos gestos de perdão e de reconciliação. Tudo se torna muito brutal e devastador e as pessoas vão sendo ceifadas, inocentemente, e com muita facilidade. Reina uma grande insensibilidade para com o “humano e o divino” presentes nas pessoas.

Na Paixão, sofrida por Jesus Cristo, encontramos a firmeza e a serenidade de quem acredita na vida. Ele não se dobra à violência e morre para dar vida, inclusive aos que O condenaram na cruz. Ser violento não significa ser forte e dominador, mas reflete uma situação de medo e de insegurança. A justiça e a mansidão são capazes de produzir confiança e despertar uma esperança confortadora.

A vida terrena de Jesus termina na cidade de Jerusalém, palco do poder temporal dos reis de então. Ele acaba sendo julgado injustamente por Pilatos, um juiz corrompido, sem autonomia e vazio de autoridade, porque joga a decisão para a multidão. A corrupção perpassa por todas as camadas da sociedade, incluindo também o Judiciário quando julga sem atenção aos princípios da verdade.

As vitórias conquistadas na vida não podem ser fruto de corrupção e violência, mas de atos de humildade, serviço, serenidade e confiança em Deus. Os erros devem ser denunciados, porque eles provocam desarmonia, destroem a dignidade das pessoas e causam sofrimentos injustos. A Semana Santa é espaço de reflexão para uma profunda mudança na trajetória que a sociedade brasileira faz.

(*) Arcebispo de Uberaba

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