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Estamos indefesos!!!

O título é esse mesmo: estamos indefesos. Quem falava dessa maneira, e com muita propriedade

Leuces Teixeira
Publicado em 22/03/2018 às 21:02Atualizado em 16/12/2022 às 05:23
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O título é esse mesm estamos indefesos. Quem falava dessa maneira, e com muita propriedade, era o saudoso empresário, amante de Uberaba, Dr. Leo Derenusson. Aliás, em janeiro de 2016, escrevi, neste espaço, um pequeno artigo com o mesmo título e percebo que nada mudou; ao contrário, piorou, em todos os sentidos, não querendo ser pessimista.

Quando digo que a coisa piora, falo da greve de suas excelências – juízes e procuradores federais –, defendendo a qualquer custo o imoral e despudorado auxílio-moradia. Perceba o termo “auxílio” utilizado pelos homen$ da capa preta. Vamos lá no dicionário Aurélio; auxíli dar ajuda, auxiliar. Sob minha ótica, lembro-me de pedintes esfarrapados, maltrapilhos, nas ruas e praças: “moço, me dá uma esmola; moço, me dá um auxílio; ajuda, moço, meu pai é cego”. E por aí vai. Confesso que nunca passou pela minha cabeça ver pessoas que ganham bem, e muito bem, regalias e benesses à vontade, estabilidade, exercendo função judicante – exclusiva do Poder Estatal –, fazendo greves por algo tão debochado; um tapa na cara da sociedade.

É uma pena que um tema dessa natureza fique adstrito num plano muito restrito, ou seja, o grande público – o povão – fica alheio; nem mesmo em sala de aula, no curso de Direito, observo um debate franco e sincero, o que é lamentável!

Com muita propriedade, o jornalista J.R. Guzzo escreveu na Veja, edição 2.574, de 21 de março de 2018, página 98: “São cerca de 30.000 juízes e procuradores no Brasil inteiro. Multiplique por 4.300 por mês – e veja o custo dessa brincadeira... A greve, por si só, já é uma ofensa à ordem; o motivo da greve é uma ofensa à moralidade... Por que, então, juízes, incluindo os do Trabalho, e procuradores deveriam receber aqueles 4.000 e tantos a mais por mês, se pela Constituição todos os cidadãos brasileiros são iguais perante a Lei?”.

Noutro giro, o presidente Temer fez um mimo para os setores bancário, automobilístico e de bebidas; traduzindo, uma renúncia em torno de 14 bilhões de reais em detrimento daqueles que pagam seus impostos regiamente. Uma vergonha, um acinte. E, o que é pior, ninguém falou nada, nadica de nada. Onde estão as instituições Tribunal de Contas da União, Ministério Público da União, Ordem dos Advogados, etc.?

Aqui, em Uberaba, tive conhecimento de que determinada obra pública municipal está no seu quarto (4º) aditivo contratual! Como pode ocorrer uma situação tão inusitada? Onde estão os vereadores, os fiscais da sociedade, eleitos para fiscalizar o Executivo? Qual ou quais vereador(es) está(ão) fazendo oposição frente ao Executivo. Estamos ou não indefesos? No âmbito Estadual – Governo Pimentel/PT – precisa dizer algo? Os repasses não estão sendo feitos; os municípios, em verdadeira penúria. Meus amigos, repetindo e parafraseando o Dr. Leo Derenusson: estamos ou não indefesos?

Urge esclarecer, uma vez mais, que a crítica é feita em âmbito institucional; nada, absolutamente nada, contra qualquer pessoa individualizada. Digo mais: espero, sinceramente, que recebam minha opinião/mensagem dentro da mais alta respeitabilidade, dentro da tradição republicana; nada de represálias, combinado?!

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