ARTICULISTAS

A aventura do pedestre

Nada como exercício físico para manter a saúde. E entre as práticas prescritas, uma das mais

Márcia Moreno Campos
Publicado em 18/03/2018 às 12:51Atualizado em 16/12/2022 às 05:30
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Nada como exercício físico para manter a saúde. E entre as práticas prescritas, uma das mais recomendadas é caminhar. Resolvi aderir. Porém não me limitei a caminhadas ao redor da praça perto de onde moro ou em locais destinados a esse fim. Decidi me aventurar por caminhos mais longos e percorrer as ruas da minha cidade, o que tem se revelado um verdadeiro desafio. Já na descida do morro desvio de um buraco fundo na calçada capaz de causar fraturas nos desatentos. Caminho olhando para o chão para evitar quedas, e aos poucos começo a me desviar de cascas de bananas, sacos plásticos, garrafas pets, copos descartáveis, e até caroço de manga já encontrei nas minhas caminhadas. Prova de que o ser humano pouco evoluiu e ainda confunde ruas e calçadas com caçambas de lixo. Uma vergonha. Outro risco do pedestre vem de algumas motos que passam rentes à calçada, em alta velocidade, e não hesitariam em levar com elas um pé, que, descuidado, tentasse atravessar a rua. Toda atenção é pouca. Falar ao celular, nem pensar... e o medo de ser assaltada! Vou rezando baixinho, respeitando as faixas e enquanto espero o sinal abrir, observo minha cidade.

Constato tristemente que não há o que se admirar. Uberaba se tornou uma cidade feia, sem charme, displicente com o cidadão. Falta um toque de cuidado, de arte, de carinho. Secretários das áreas pertinentes deveriam percorrer as ruas, numa troca oportuna do conforto dos gabinetes pelas reclamações e sugestões dos transeuntes. Uberaba está sufocada pelo BRT. Rasgaram-se avenidas, cortaram-se árvores, destruíram comércios, proibiram estacionar, sacrificando motoristas e pedestres. Nasceu daí uma nova filosofia que garante ônibus rápidos, carros quase parados e pedestres confusos e sem lugar. Todos precisam ser contemplados em seus meios de ir e vir.

Para desafogar o trânsito das grandes cidades é preciso dar mais atenção a quem anda a pé, foi a conclusão de especialistas em um recente seminário para se discutir o tema. Uberaba não é uma grande cidade, mas se todos quisessem, juntos, a vida do pedestre seria mais amena. Exigir calçadas decentes, promover campanhas de conscientização do povo sobre lixo nas ruas, varreduras e capinas constantes e mais atenção à estética são medidas simples e eficazes. O ato de caminhar tem que ser prazeroso e seguro e não uma aventura incerta.

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