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24 de janeiro

Lula conseguiu mais uma façanha singular na vida pública ao transformar em comoção nacional

Mário Salvador
Publicado em 24/01/2018 às 21:47Atualizado em 16/12/2022 às 06:57
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Lula conseguiu mais uma façanha singular na vida pública ao transformar em comoção nacional o seu julgamento no Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul.

Pelo julgamento de recursos anteriores, tem-se como certa a confirmação da sentença do juiz Sérgio Moro pelos três juízes que apreciarão o recurso da defesa de Lula. E é bem plausível que a pena imposta por Moro seja aumentada.

Lula tem um hábil advogado na defesa de seus interesses – alguém que não tem receios, não se intimida e, até certo ponto, tem polemizado com Moro de forma contundente. Resta saber se, em apenas quinze minutos, o advogado conseguirá rebater as acusações que pesam sobre seu famoso cliente e anular a sentença de primeira instância.

O que era para ser um simples julgamento transformou-se em batalha campal. A militância petista foi requisitada para lotar as ruas de Porto Alegre, uma tática dos que acreditam que isso propiciará votação favorável ao seu líder.

Os três juízes sofreram ameaças de toda espécie, inclusive de morte. E João Pedro Stédile, líder do MST – Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, estará com seu exército em Porto Alegre, pronto para o que der e vier.

Jogando pólvora na fogueira, a senadora Gleisi Hoffmann, atual presidente do PT, fez uma declaração desastrosa, que está repercutindo na imprensa e é causa de apreensã “Para prender o Lula, vai ter de prender muita gente, mas, mais do que isso, vai ter de matar muita gente.”

Convenhamos: o que levou uma presidente de partido a falar essa besteira só pode ser o fato de (quem sabe?) o exército do MST estar pronto para a matança. Gleisi já percebeu que esse pronunciamento foi uma estupidez e tem procurado diminuir o impacto de sua mensagem, alegando força de expressão. Entretanto, a manifestação dela foi marcada por muita veemência.

Agora, a torcida petista é para que pelo menos um juiz vote pela absolvição do acusado, pois, se houver unanimidade nos votos contra Lula, ele poderá ser preso e não poderá candidatar-se à Presidência, cargo que tanto ambicionava.

Em caso de unanimidade, ficam valendo as fatídicas palavras de Gleisi. Então, haverá choro e ranger de dentes. E 24 de janeiro de 2018 entrará para a história como o sepultamento de um ex-líder político. Um fim traçado com as próprias mãos.

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