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Fake News

O termo se tornou familiar entre nós, brasileiros, dito e repetido que foi em todo o mundo

Márcia Moreno Campos
Publicado em 07/01/2018 às 11:03Atualizado em 16/12/2022 às 07:29
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O termo se tornou familiar entre nós, brasileiros, dito e repetido que foi em todo o mundo. As notícias falsas ou “fake news” chamaram a atenção e se espalharam na velocidade da imaginação humana, algumas vezes com resultados inconsequentes, outras, deixando estragos. A preocupação se tornou evidente a ponto de serem criados mecanismos de combate a notícias falsas nas principais redes sociais, incluindo até a responsabilização dos gestores das páginas e sites. Investiga-se inclusive, o peso que as “fake news” espalhadas com a ajuda da Rússia tiveram no resultado das eleições americanas.

O ato de fofocar é quase tão antigo quanto a existência do ser humano. No livro “Sapiens” o autor Yuval Noah Harari relata que o surgimento das habilidades linguísticas adquiridas pelos Homo sapiens há cerca de 70 milênios permitiram que eles fofocassem por horas a fio. Graças a informações precisas sobre quem era digno de confiança, pequenos grupos puderam se expandir para bandos maiores, desenvolvendo tipos de cooperação mais sólidos e sofisticados. O autor relata “que a característica verdadeiramente única da nossa linguagem é a capacidade de transmitir informações sobre coisas que não existem”. Essa é uma especialidade dos seres humanos. Ainda hoje, a maior parte da comunicação humana - seja na forma de e-mails, telefonemas ou colunas nos jornais - é fofoca, escreveu ele. “É tão natural para nós que é como se nossa linguagem tivesse evoluído exatamente com esse propósito. A fofoca normalmente gira em torno de comportamentos inadequados”, acrescenta.

Quem de nós pode dizer, olho no olho, que nunca fofocou? Em tempos de WhatsApp, as “fake news” se tornaram verdadeiras pragas, disseminadas nos grupos num piscar de olhos. A rapidez na divulgação se deve principalmente no desejo de ser o primeiro a dar a notícia e ao comodismo inerente ao fofoqueiro, que não dispõe de tempo para checar a informação, já ávido para captar “nova bomba”. Existem hoje especialistas em fabricação de notícias falsas para atingir políticos e desafetos. Após a divulgação, o estrago está feito. Uma vez semeada a dúvida, o desmentido é quase inócuo. Temos muito ainda que evoluir para alcançarmos o tempo em que usaremos a imaginação apenas para o bem e não para fabricar invencionices capazes de destruir pessoas. Enquanto isso, espera-se mais cuidado de todos nós, porque ninguém está livre de ser o próximo alvo.

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