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Por um planeta mais limpo

A economia mundial expandiu-se de forma fantástica no século XX. Esta expansão foi, entretanto

Renato Muniz Barretto de Carvalho
Publicado em 17/12/2017 às 12:10Atualizado em 16/12/2022 às 08:07
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A economia mundial expandiu-se de forma fantástica no século XX. Esta expansão foi, entretanto, muito contraditória, atingiu países e povos de forma desigual e ocasionou impactos significativos na vida das pessoas. A indústria, em grande parte graças ao avanço da ciência, desenvolveu processos e produtos que alteraram comportamentos, ritmos e relacionamentos. É o caso dos automóveis, dos aviões, dos computadores, do concreto armado e dos plásticos, sem esquecer a penicilina, descoberta por Fleming em 1928, além de outras drogas e medicamentos.

Se a produção, a ciência e a tecnologia avançaram numa rapidez incalculável em relação aos padrões do século XIX, o acúmulo de lixo no planeta tornou-se um dos principais desafios do século XXI. Advertências sérias sobre as condições de poluição das cidades, dos cursos d’água e dos oceanos, contaminados com toneladas de produtos tóxicos, plásticos e outros poluentes nem sempre visíveis, foram feitas, porém com modestos resultados positivos.

Esta grave situação prejudica, em especial, as crianças e as comunidades em situação de fragilidade econômica e social. A degradação ambiental afeta principalmente a água, elemento imprescindível ao ser humano, água que muitas vezes é vista com descaso em tempos de mercantilização. Embora seja constante na superfície terrestre, a demanda por água limpa cresce desproporcional em relação à capacidade de produção e distribuição de forma democrática e sustentável. Duas questões exigem atençã garantir que todos tenham acesso pleno à água e maior controle sobre sua qualidade. O que fazer com água poluída ou a fúria destruidora das enchentes que derrubam encostas, arrasam cidades, arrastam casas, veículos e arrancam árvores? Cuidar das nascentes, das áreas de recarga, da água subterrânea e diminuir a impermeabilização. Uso sustentável significa conhecer melhor suas características, as atividades econômicas que afetam sua disponibilidade e sua qualidade, o manejo correto dos mananciais e uma distribuição equitativa e justa. Significa também resolver o esgoto urbano e industrial e os dejetos oriundos da atividade agropecuária.

Hoje, boa parte do esgoto produzido em várias cidades do mundo, com maior ênfase nos países periféricos, é despejada nos cursos d’água sem nenhum tipo de tratamento. Outra preocupação crescente é com a quantidade e o potencial agressivo e maléfico dos agrotóxicos, que contaminam os solos e os olhos-d'água. A poluição, que causa milhões de mortes por ano, não se limita à água, é preciso se preocupar também com a qualidade do ar, com as queimadas, com a diminuição das áreas verdes e com o aumento assustador dos ruídos.

A questão ambiental ainda não é, na prática, um assunto que tem merecido a atenção devida. Se as sociedades foram capazes de tantos avanços técnicos e científicos, podem reduzir ou até mesmo eliminar os resíduos e garantir um planeta limpo e saudável para todos. Fazer essa reflexão ajuda a repensar nossas atitudes. As respostas estão na transformação da atual organização social da humanidade.

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