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A mesma boçalidade...

Aquele que em seu descanso tão só dispuser da televisão, não terá muito com que contar...

Manoel Therezo
Publicado em 22/09/2017 às 09:32Atualizado em 16/12/2022 às 10:21
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Aquele que em seu descanso tão só dispuser da televisão, não terá muito com que contar. Os noticiários são sempre os mesmos. Com alguma exceção, apesar dos enjoados e sequenciais “Veja daqui a pouco no jornal da Band”, essa empresa vem buscando variações com reportagens como a da “Serra da Capivara”, quando, se limitou em mostrar seus relevos naturais. Dias atrás, outra reportagem sobre “Condomínio — Conviver”. Nada também do que se sabe ocorrer nos condomínios.

O que mais se ouviu na reportagem, foram as Queixas das perturbações do(s) Cachorros do vizinho. Retira-los de seu mundo, tem constituído para os pesquisadores naturalistas, um momento de observação porque, “pelo senso comum, ainda há criaturas com hábito de confundir e identificar seu Ser com os dos outros animais”. “Quando o gatinho familiar se aquieta ao ser mimado no colo de sua dona, pensa ela, que o gatinho está sentindo o mesmo prazer como um alguém sentiria aos afagos do ser amado”. Estudos afirmam que os animais se conduzem compreendidamente pela “Memória Associativa”. Os Superiores pela Inteligência e os inferiores ou (irracionais), por falta daquela razão, pela Memoria Associativa, aguardando a evolução da Inteligência, (processo denominado de: Princípio Inteligente).

Não se pode por tais diferenças, generalizar ou confundir os comportamentos do homem com os comportamentos do animal irracional, embora sejamos tão instintivos como qualquer vertebrado existente no mundo; “contudo, pelo espírito, compomos o nosso reino próprio, o reino hominal”. Cada qual em seu mundo, como designa a sábia natureza. Repetindo, tudo no animal irracional em lugar da Inteligência é Memória Associativa.

A TV tem mostrado essa verdade. Manadas de búfalos e doutros animais menores, fogem ao ouvirem o urro do leão que se aproxima. Fogem por haver ficado gravado na Memória Associativa, o acontecimento já assistido, quando o leão trava luta com o outro animal do bando. Não fogem por temerem a morte—sequer sabem disso. Se soubessem, nenhum cachorro se deitaria em plena rua movimentada. Também não, as vacas nas estradas, indiferentes ao som da buzina do carro.

Pelo processo da repetição, (aprendizagem), o cachorrinho aprende a saltar no colo de seu dono. Não merece por isso, ser interpretado como cachorro inteligente. Se, sobre seu colo, colocar uma tábua com pregos para cima, ele pulará da mesma forma se machucando. Se retornar a tábua mesmo sem os pregos, ele não voltará a pular porque, tábua e ferimentos, ficam gravados em sua Memória Associativa. Quando o cachorrinho faz arte e sua dona lhe dá umas chineladas, todas as vezes que ela lhe mostrar o chinelo, correrá para o seu canto costumeiro.

Comprovadamente, falta-lhe a lógica da Inteligência. Então, lhe enfeitar a cabeça com lacinho de fita colorida, acariciar-lhe os pelos, escovar-lhe os dentes, eleva-lo para dormir na mesma cama, são manifestações que ele não as entenderá. Pela TV, assistimos a uma barbaridade: Um pai beijando por várias vezes o focinho do cachorrinho, enquanto a sua criança ao lado como que esquecida, não recebia nenhum afago. Tenha seu gato, seu cachorro — mas, deixe a burrice para a galinha que está muito longe do “Princípio Inteligente”. Saiba diferencia-los da espécie humana. O filho (a) vendo seu pai (mestre do lar) assim procedendo, cometerá a mesma Boçalidade.

(*) Professor “emérito” da Faculdade de Odontologia e vice-diretor-geral das Faculdades Integradas de Uberaba (Fiube)/Portaria 5/76

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