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Funesta paixão

Vimos acompanhando notícias que reportam abusos sexuais originados de pessoas diversas...

Gustavo Hoffay
Publicado em 31/08/2017 às 20:52Atualizado em 16/12/2022 às 10:51
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Vimos acompanhando notícias que reportam abusos sexuais originados de pessoas diversas, vitimando pessoas de ambos os sexos e de idades variadas. Até mesmo quem julgamos estar acima de qualquer suspeita, chegam-nos notícias da sua participação em atos libidinosos contra crianças e o que termina por despertar, em todos nós, uma indignação ainda mais profunda e dolorida, até o ponto de inflamar comunidades inteiras que, encolerizadas com a profanação da honra até mesmo de menores impúberes e totalmente indefesos, se rebelam em alto grau e, erroneamente idealizando-se justiceiras, terminam cometendo crimes com as suas próprias mãos, imaginando-se acima das leis ou vítimas de uma legislação penal absolutamente caduca, repulsiva e facilitadora da dissolução de costumes e valores erguidos por tradições familiares até então consideradas incólumes, invulneráveis. Ultimamente, vimos tomando consciência de que a prática daqueles escabrosos atos de obscenidade e de total desrespeito à integridade física e moral de seres humanos diversos vem sendo cometida também por alguns pastores e sacerdotes de confissões cristãs diferentes e que, teoricamente, deveriam revoltar-se contra aquela prática criminosa e movida que é por paixões desencadeadas a partir de impulsos doentios e condenáveis. Na qualidade de católico e praticante da minha fé, entendo que quando alguém, dentro da minha igreja, pratica o que é contrário aos ensinamentos de Deus e se atreve a fazer o seu próprio magistério, destruindo o tesouro da fé e desedificando por suas atitudes a comunidade que tem o sagrado dever de pastorear, aquele ente deve ser severamente chamado à correção pela Justiça dos homens e sofrer as sanções que são comuns a qualquer cidadão, sim! Se alguém dentro da Santa Igreja Católica trabalha contra ela, é incoerente, e à sociedade cabe, da sua parte, o direito de se defender, aplicando sanções a quem a dilapide. A Teologia católica ensina que a consciência é o árbitro imediato da moralidade, é a ele quem profere o ditame: “Deves ou não deves agir”. Mas fique claro que a consciência não é o árbitro último e supremo. Ela tem que levar em consideração, antes do mais, o respeito, a consideração à Lei de Deus, fonte da moralidade. Imagina-se que a Igreja Católica envida providências no sentido de se evitar admitir em seminários pessoas ligadas a delitos ou a situações problemáticas relacionadas a abusos sexuais e que, também, formula um caminho de formação integral que ajuda noviços a amadurecerem em todos os aspectos. Entretanto, imagino que cabe a cada um a manutenção de tudo o que lhe foi ministrado e sob a graça do Espírito Santo. O desvirtuamento a partir daí é de índole íntima, pessoal, muitas vezes originada de uma personalidade carente de vocação pastoral e imperceptível sob critérios diversos, até mesmo a partir do próprio postulante ao magistério da Santa Igreja.

(*) Agente Social

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