ARTICULISTAS

Encontro memorável

Há momentos únicos na vida que não podemos perdê-los sob pena de lamentarmos...

João Eurípedes Sabino
Publicado em 11/08/2017 às 18:55Atualizado em 16/12/2022 às 11:19
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Há momentos únicos na vida que não podemos perdê-los sob pena de lamentarmos para sempre. Esta experiência vivemos dia 02/08/2017 no seio da Academia de Letras do Triângulo Mineiro, quando recebemos o saudoso historiador Hildebrando Pontes (1879/1940), nas pessoas de suas netas Romélia Pontes Zaidan e Sylvia Pontes Prata Oliveira.

Hildebrando, o Duque, estava presente na sua obra “Os meus cinquenta anos”, em manuscrito único caprichosamente feito com caneta tinteiro e letra legível uniforme. O livro, de caráter íntimo, fora concebido em 1929 com o intuito de registrar certo pressentimento que rondava o autor: “Não passarei dos cinquenta anos”, dizia. Felizmente foi contrariado pela Providência e faleceu em 1940, ou seja, com 61. Ganhamos todos nós.

Leio Hildebrando frequentemente e, mais uma vez, constatei o que a sua leitura infunde: serenidade. No encontro memorável nosso, tendo-o como foco naquela tarde, não foi diferente. Que o digam também os Acadêmicos: Arahilda Gomes Alves, José Otávio Lemos, Mário Salvador, Marta Zednik de Casanova, Paulo Fernando Silveira, Pedro Lima, Renato Muniz Barreto de Carvalho, Ani de Sousa Arantes Santos e Iná Bittencourt de Sousa Barbosa. Experimentamos paz literal e inesquecível na Academia.

Unanimidade como sempre foi e continua sendo, o autor de “História de Uberaba e a Civilização do Brasil Central” e tantos outros registros da nossa história, com direito ao chá das três, mereceu a saudação sensível dos presentes. Decidimos que em momento oportuno “Os meus cinquenta anos” ficará exposto na Academia para visitação pública. Referência literária, Hildebrando Pontes merece essa e outras homenagens, como fez a Faculdade de Zootecnia de Uberaba ao criar medalha que leva o seu nome, além de termos uma escola estadual da qual é o patrono.

Morei na Rua Hildebrando Pontes, número 14.

Outra homenagem que o professor merece será a de lermos sua obra para conhecermos melhor a história e construirmos a nossa identidade. Afinal, fomos paulistas, goianos e, depois de 1816, mineiros. Que as sementes literárias semeadas por Hildebrando continuem germinando, como, aliás, estão sendo por vocacionados descendentes seus e outros seguidores.

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