Nos últimos dias, dois assuntos dominaram o noticiário em Uberaba: a abertura do Hospital Regional...
Nos últimos dias, dois assuntos dominaram o noticiário em Uberaba: a abertura do Hospital Regional e o descarte irregular de lixo urbano e rural.
Os assuntos me remeteram a uma reportagem publicada em 1972 no Jornal da Manhã e motivada por uma denúncia de que um descarte irregular de lixo hospitalar estaria prejudicando o meio ambiente e colocando em risco a saúde da população. E fotos mostravam porcos comendo alguns rejeitos, o que gerou crise na venda de carne de porco na cidade, só equacionada depois de providências da Secretaria da Saúde. O problema ficou no passado.
Hoje é flagrante a conscientização do povo em relação à produção de rejeitos. Prova da mudança de mentalidade é o fato de Uberaba ter virado notícia por figurar no rol das cidades mais limpas do Brasil, ostentando o oitavo lugar. E nos orgulhamos disso. E essa é também a prova cabal de que nossos garis trabalham com distinção, e nossos coletores de rejeitos fazem a coleta e o posterior descarte correto do nosso lixo de cada dia, tanto na área urbana quanto na rural. Estamos no caminho certo. Entretanto, sabemos que este é apenas o começo. Precisamos ir além, a fim de alcançarmos um patamar satisfatório em outro ranking ainda mais desafiador: o das cidades que tornam o mundo mais sustentável. E como produzimos lixo todos os dias, todos nós temos que nos responsabilizar por uma séria mudança.
Para viabilizar essa ideia, nós, cidadãos, bem como o governo e a iniciativa privada, precisamos repensar nossos atos, procurando reduzir, reutilizar e reciclar materiais. Assim é que devemos evitar o consumismo exagerado e inconsequente, e ainda optar por produtos sustentáveis, além de reduzir a quantidade de materiais que necessitamos destinar ao aterro sanitário e, ao precisar desfazer de materiais que não nos sejam úteis mais, que os selecionemos e descartemos corretamente. Essas últimas ações citadas diminuem o custo da reciclagem. Entretanto de nada valerá o cidadão separar o material descartável se não for implantado na cidade um programa eficiente de reciclagem, capaz de reduzir o impacto do lixo que produzimos e que contemple, inclusive, o recolhimento de materiais descartáveis, com regularidade e eficácia.
O sucesso da empreitada será viabilizado com o favorecimento da coleta seletiva a todas as residências, instalação de postos de entrega voluntária, disponibilização de caçambas para descarte seletivo de materiais, estímulo a iniciativas congruentes por parte de nossos shoppings, prédios, empresas, escolas e outras instituições; estímulo à realização de compostagem de detritos biodegradáveis, e o fato de destinarmos ao aterro sanitário apenas aquilo que constitui rejeito, ou seja, aquilo que não tem mais nenhuma utilidade possível.
De todos aqueles que elegemos para comandar o destino da cidade - em todas as instituições públicas, e também de toda a iniciativa privada, esperamos passos decisivos e urgentes em relação a esse assunto. Mais do que isso, queremos ter a oportunidade de gerar mudanças em prol da saúde coletiva e, ao mesmo tempo, contribuir para tornar o mundo melhor, fazendo Uberaba virar notícia novamente, desta vez, como exemplo de cidade sustentável.