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Macri: uma nova liderança regional

Ante as incertezas que tornaram o Brasil um país indefinido, o presidente Mauricio Macri cresce...

Aristóteles Atheniense
Publicado em 27/07/2017 às 19:31Atualizado em 16/12/2022 às 11:44
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Ante as incertezas que tornaram o Brasil um país indefinido, o presidente Mauricio Macri cresce a cada dia, inobstante as greves e piquetes que enfrenta no plano interno.

O dirigente argentino assumiu a presidência do G20 na tumultuada reunião de Hamburgo, sendo festejado pelos participantes do evento, enquanto Temer foi conservado à margem das conversações, prestando-se somente a aparecer na fotografia oficial em posição de menor destaque.

A partir de sua posse, em 2015, Mauricio Macri recebeu governantes de peso, como Barack Obama, François Hollande, Justin Trudeau e Angela Merkel. 

Político hábil, que mantém relacionamento comercial com Trump, bem antes de se tornarem presidentes, Macri esteve presente na posse de outros chefes de estado latino-americanos, como Pedro Pablo Kuczynski, no Peru, Juan Manuel Santos, na Colômbia, reunindo predicados que poderão levá-lo à liderança regional que vinha sendo ocupada pelo Brasil. 

Foi ao Japão, China, Espanha e Holanda. Visitou o Papa Francisco, de quem foi desafeto no passado, por duas vezes. São frequentes os encontros mantidos com Michelle Bachelet (Chile), empenhado em promover a aproximação do Mercosul com a Aliança do Pacífico, em que pese o afastamento dos Estados Unidos desse organismo de reconhecida importância no comércio mundial.

Nos últimos meses, aproximou-se do presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, oferecendo-lhe sua intermediação junto a Trump, tanto em relação ao Nafta (Tratado de Livre Comércio da América do Norte), como no assentamento do questionado muro da fronteira.

Até agora, Macri não emitiu qualquer pronunciamento sobre a crise brasileira, embora não perca a oportunidade de censurar Nicolás Maduro. Foi protagonista de um incidente quando a chanceler venezuelana, Delcy Rodriguez, invadiu uma reunião de cúpula em Buenos Aires, para a qual não fora convidada.

A capital portenha, além de sediar a próxima reunião do G20 em 2018, neste ano realizará a 11ª Conferência Ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC). 

Mauricio Macri cresce com a Argentina. O Brasil assiste ao aniquilamento de seu prestígio no exterior, correndo o risco de tornar-se, no futuro, mero participante de encontros.

(*) Advogado e conselheiro nato da OAB; diretor do IAB e do Iamg

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