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Escândalos e oportunidade

Acredito que não basta a alguns cidadãos bem intencionados denunciarem a existência de escândalos...

Gustavo Hoffay
Publicado em 22/07/2017 às 20:02Atualizado em 16/12/2022 às 11:51
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Acredito que não basta a alguns cidadãos bem intencionados denunciarem a existência de escândalos financeiros ocorridos no bojo das administrações legislativa e executiva federais e durante determinado período da nossa recente história republicana. Essa não deve ser a ação última de uma série de boas intenções e as quais visam à moralidade política tupiniquim. Os escândalos ocorridos, investigados, descobertos, julgados e cuja maioria resultou na prisão de alguns medalhões da vida nacional tem sentido providencial - sim - e querer acabar com o instituto da delação premiada seria um golpe baixo, baixíssimo, na (ainda) capenga democracia brasileira e (capenga) por não conseguir firmar-se neste nosso berço esplêndido, mesmo já tendo ultrapassado a idade adulta. De uma vez por todas é preciso que a grande maioria de nós, tupiniquins, por meio de muitos dos nossos representantes no Congresso Nacional, repare os danos e faça que seja ressarcido aos cofres públicos o dinheiro que falta para incrementar o atendimento à saúde, à educação e à segurança públicas, desviado que foi por elegantes e influentes corruptos e corruptores, mediante o que estabelece a legislação e sem exceções. Deveríamos, sim, patriótica e pacificamente, reagir a qualquer tentativa de mudanças de regras e justo quando em curso uma (muito) disputada peleja. Por outro lado, faz-se mister denunciar o que esconde-se por detrás da tentativa de um grupo de congressistas em alterar a legislação eleitoral e o que permitiria uma despudorada, vergonhosa e repulsiva brecha por onde passaria a permissão para que candidatos não sejam presos até dezoito meses antes das eleições. Sinceramente não sei a que equiparar tal desaforo, total desrespeito à consciência política de milhões de eleitores brasileiros, um escárnio, uma cusparada na cara de cada um de nós e a partir daqueles que acham-se donos exclusivos desta imensa e valorosa nação. A obrigação de evitar-se o mau exemplo a partir daqueles que dizem representar-nos e dessa forma impedir novos escândalos naquela seara é algo muito grave, embora seja muito difícil ou quase inútil querer evitar-se que isso ocorra em terras tupiniquins, afinal, quem deseja reprimir autoridades quase sempre fica exposto às críticas e ao sarcasmo de muitos (e até poderosos) que autoproclamam-se brasileiros. Alarguemos o quanto mais o nosso horizonte político, de modo a percebermos as armadilhas e engenhosidades que antepõem-se à nossa marcha no combate às atitudes daqueles que não se cansam de tentar profanar a nossa ordem e o nosso progresso, enquanto subjugam a inteligência de todos nós. Sugiro que tratemos os escândalos políticos e empresariais como uma grande oportunidade de demonstrarmos total fidelidade à história deste país e da sua gente valorosa quando, em breve, estivermos frente a uma urna eleitoral.

(*) Agente social

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