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Ditadura em plena democracia!

Caro amigo leitor, aqui estou novamente, para a alegria de muitos e a tristeza...

Leuces Teixeira
Publicado em 13/07/2017 às 20:34Atualizado em 16/12/2022 às 12:03
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Caro amigo leitor, aqui estou novamente, para a alegria de muitos e a tristeza de uns poucos. Entendo que, daqui uns tempos, esse bordão vai ter que ser escrito de forma diversa, tendo em vista que, nesses tempos ditos modernos e democráticos, não podemos falar e, menos ainda, escrever o que pensamos, ou seja, o patrulhamento é cada vez mais intenso.

Alguns colegas, outros amigos, dentro e fora da profissão de advogado e professor universitário, perguntam se vou mexer com eleição da OAB – Ordem dos Advogados do Brasil – no pleito que se avizinha no próximo ano – 2018. Digo que não, pois verdadeiramente essa decisão não está nos meus planos e ideais. É muito triste ter que dizer e escrever o que vai ser dito, hoje, neste espaço. Não é uma questão, menos ainda, uma decisão fácil de tocar, tendo em vista os vespeiros do dia a dia.

Não tenha dúvida, estamos vivendo uma ditadura em plena democracia, o que é pior ainda: no terceiro milênio. Vou tentar, em poucas palavras, explicar minha angústia diante de tantos desmandos. Quero começar pela instituição da qual pertenço. A nossa OAB vem, verdadeiramente, defendendo a sociedade, as instituições, a plena democracia, o direito de conversar com o povo e defender tudo que precisa ser defendido? Respondo de forma negativa, ou seja, está ocorrendo o verdadeiro debate sobre os desmandos em todos os sentidos?! Está ocorrendo, e faz muito tempo, uma verdadeira corrida para a ocupação de cargos pelo chamado quinto constitucional – vagas destinadas ao quadro de advogados nos tribunais do país. Aí, sim, existe “preocupação” em saber quais os nomes constantes nas lista$$! No Judiciário, até hoje, não sei se juízes recebem ou não o propalado décimo terceiro e quarto salários; não sei o valor do auxílio-moradia; não sei se existe verba do auxílio-paletó; não sei se recebem por pagamentos de diárias. Enfim, tudo que digo sobre o Judiciário digo, também, em relação ao Ministério Público, em todas as instâncias. Caro leitor, entre em qualquer desses órgãos, sites da tão festejada lei da Transparência, e veja a dificuldade, ou até mesmo a total impossibilidade, de ver de forma cristalina e insofismável quanto que Vossas Excelências recebem a título salarial!

Recentemente, tentei acessar o portal da transparência do nosso município, para ver quanto que algumas excelências percebem na terra de Major Eustáquio; não consegui e desisti. O mesmo ocorreu quanto ao portal do Estado de Minas Gerais. Enfim, até mesmo no portal do Ministério Público Federal – Procuradoria do MPF, com sede em Brasília, não tive êxito. Em alguns portais da transparência aparece uma tarja escura, encobrindo o nome de determinados servidore$$$. É lamentável! O pior é que, diante de tais indagações, feitas na qualidade de cidadão comum, dentro da estrita legalidade, vêm as provocações sórdidas e mesquinhas no sentido de deveria ter feito concurso! A verdade é que somos um exército de mais de trinta milhões da iniciativa privada para bancar um milhão de excelências do serviço público. Uma verdadeira ditadura em tempos de democracia! Quem entende? Temos que ficar de bico calado; do contrário, vêm os beicinho$$$ e cara$$$ feia$$$!!! Sinto na pele as represálias do cotidiano!

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