ARTICULISTAS

Guido

Dizem que após os trinta nossa dificuldade de criar novas amizades aumenta e ficamos...

Luiz Cláudio dos Reis Campos
Publicado em 13/06/2017 às 19:26Atualizado em 16/12/2022 às 12:42
Compartilhar

Dizem que após os trinta nossa dificuldade de criar novas amizades aumenta e ficamos muito vinculados a amigos que já constituímos. É o período que estamos mais abertos e propensos a estreitar laços de convivência e de partilhar nossas inquietudes e expectativas; e é por aí que surgem as afinidades e cumplicidades. Quanto mais o tempo passa, menos há possibilidade de abrirmos a guarda a novos amigos. Essa, inclusive, era uma máxima da qual sempre me servia em função de achar que meu quadro permanente de grandes amigos já estava fechado. O tempo me tirou dos trinta faz um tempo e nessa quadra da vida que me encontro pude rever esse conceito.  E a vida vai nos oferecendo pistas com as quais precisamos lidar de forma a enriquecer nossa existência nesse lapso temporal por aqui. Falo com a tranquilidade de quem experimenta saborosamente o celebrar de novas amizades que acrescentam e possibilitam revigorar a convicção de que somos capazes de ainda semear em um campo que fertiliza e reanima a alma, porque se está sempre reinaugurando o mais nobre sentimento que é ser e sentir-se amigo. E entre os novos amigos que felizmente a vida ainda me possibilitou alcançar, está o que nos deixou recentemente como um sopro de inacreditável e injusta fatalidade. Meu novo amigo Guido, que se foi adiantadamente. Dizia que já estava adiantado na conversa quando o encontrava e recebia dele um sorriso e um aperto de mão espontâneos e sinceros, que me deixavam à vontade e com vontade de estar em sua companhia. Com tanta amizade que nutria, seguramente, partiu com a alma plena de carinho, admiração e afeto. Era um entusiasta do sucesso de quem gostava. Falava de boca cheia das conquistas, qualidades e virtudes de um amigo. Cinéfilo de requintado gosto, pude, através dele, assistir a alguns filmes recomendados e gravados por ele em DVD com a satisfação de quem entrega uma preciosidade. Dentre alguns que me proporcionou assistir, veio-me “A Última Estação”, que retrata uma etapa da vida de Tolstoy. E como o nome do filme, sua “Última Estação” foi onde sempre quis estar, junto aos amigos celebrando as boas companhias. Gilberto Guido, saudades e muita recordação do breve, porém, farto tempo de nossa amizade. És um homem de bem!

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Logotipo JM Magazine
Logotipo JM Online
Logotipo JM Online
Logotipo JM Rádio
Logotipo Editoria & Gráfica Vitória
JM Online© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por