Há anos, uma catástrofe natural arrasou cidades da Ásia. Era Natal, tempo que deveria ser de alegria...
Há anos, uma catástrofe natural arrasou cidades da Ásia. Era Natal, tempo que deveria ser de alegria, confraternização e orações. As primeiras notícias causaram impacto num momento de relativa paz mundial: havia mais de uma centena de mortos. E, apesar de muitas pessoas sobreviverem seguindo o instinto dos elefantes (que buscam os lugares altos como abrigo), ao final, o número oficial de pessoas mortas chegou a duzentos mil.
Há seis anos, também no Natal, uma luta pelo poder deflagrou a guerra civil na Síria, com muitos mortos, incluindo crianças. Falta respeito pela vida humana nos lados do conflit quinhentos mil mortos é um anúncio corriqueiro. Milhões de desabrigados. Milhões de refugiados enfrentando a morte em barcos precários que não atingem o destino. Cidades históricas e monumentos milenares arrasados por bombas que brotam de aviões e canhões, nos dois lados do conflito. O homem, que criou os monumentos e outras obras de arte nas cidades históricas, também os destruiu. Ao findar a guerra, as nações tentarão recompor-se e criar um clima para continuar a viver.
O Brasil também sofre agruras de guerra. De um lado, os que lutam pela punição aos corruptos e pelo fim da corrupção. Do outro, corruptos, que, sem escrúpulos, lesam as finanças do país, visando à vida boa paga com dinheiro alheio. Como não é luta armada, fica a impressão de que não há mortos nessa tragédia de proporção jamais vista no mundo. Grande equívoco. Os recursos do país, desviados para sustentar os corruptos e afins, deixaram de ser aplicados em necessidades básicas do povo, como saúde, educação, moradia, segurança e melhoria de estradas. Então, os corruptos provocaram mortes, sim, de brasileiros e estrangeiros que aqui vivem, todos homens de bem.
Aos sobreviventes desta catástrofe, os corruptos sempre causarão sofrimento imensurável, tanto físico quanto moral. O Brasil perdeu décadas de oportunidade de prosperidade e agora perde ainda mais tempo enquanto precisa desvendar crimes e descobrir os criminosos para puni-los. E, com certeza, nem todo o montante subtraído do povo será recuperado. Agora é possível confrontar a covarde mentira de muitos discursos eleitoreiros com os fatos recentes de desmascaramento dos corruptos.
Só o amor fraterno vence a exploração do homem pelo homem. Educar-se e abraçar regras de convivência são batalhas pessoais que, uma vez perdidas, roubam o direito à liberdade. Mas qualquer punição aos infratores é insignificante diante do prejuízo que eles causaram à sociedade. E essa punição em nada melhora o ânimo de quem teve seu direito roubado. Por isso, homens de caráter abominam o corrupto e, mais ainda, a desfaçatez do corrupto que se diz inocente. Basta de safadeza. O Brasil vencerá esta guerra.