Só não me belisquei o próprio braço para sentir que era eu porque já passei dessa fase...
Só não me belisquei o próprio braço para sentir que era eu porque já passei dessa fase. Mas que deu vontade deu. Em tempo real vimos pela TV S. Exa. o ministro Gilmar Mendes, do STF, com jactância calcada em arroubos, apontar o dedo indicador direito e, mirando seu colega de TSE, ministro Herman Benjamin lascar esta frase que lhe poderia valer a imortalidade: “Modéstia às favas”, além de chamar para si todos os holofotes, até os que estavam desligados. Era o dia de julgamento da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer no Tribunal Superior Eleitoral.
E Herman Benjamin, lastreado em conhecimentos, num só golpe didático, contestou Gilmar, afirmando que: ao juiz cabe julgar sem glamour pessoal e, para si mesmo, preferia o anonimato. Sempre cultuei a frase: “A grandeza é para os grandes, mas a humildade é para os maiores”. É difícil exercê-la, mas é real.
Outra que tenho como legenda: “Do excesso de poder a uma grande ca......da, o espaço a percorrer é menor do que um passo”. Uma palavra não dita pode ser uma palavra bendita, desculpando o trocadilho, mas se Gilmar Mendes, ao invés de subestimar o colega, tivesse se contido, hoje talvez esta modesta crônica não lhe seria dedicada. Sua excelência se esquece de que o Supremo Tribunal Federal é a nossa última instância, apesar de... E embora seja seu desejo, suas palavras não são supremas.
Com a informação correndo em tempo real, temos aula de tudo. É só querer. A aula de vaidade que assisti, ministrada por Gilmar Mendes, me fez reportar à máxima no meio jurídic “Um pensa que é Deus e o outro tem certeza que é”.
Estamos à busca de bons exemplos, mas infelizmente eles estão escassos.