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Triste sina

Triste Brasil, que sina a sua! Descoberto por um português a caminho das Índias...

Márcia Moreno Campos
Publicado em 28/05/2017 às 12:32Atualizado em 16/12/2022 às 13:03
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Triste Brasil, que sina a sua! Descoberto por um português a caminho das Índias, que aqui encontrou terra fértil povoada por indígenas, e decidiu erguer um país. Você sofreu nas mãos dos portugueses que levaram seu quinto, e perdeu verdadeiros heróis que por você lutaram na época da Inconfidência Mineira. Suas belezas naturais, rios, montanhas e céu azul de anil seduziram D. Pedro I, que em um 7 de setembro gritou sua independência às margens do Ipiranga. Você com certeza sentiu vergonha da escravatura e sorriu quando ela foi abolida pela Princesa Isabel, um ano antes de ver proclamada a sua república. Vários presidentes ocuparam seus postos e foram sendo substituídos até que se instalou uma ditadura militar que durou 20 anos. Na transição para a democracia, perdeu o primeiro presidente civil eleito indiretamente, que morreu antes de assumir o cargo. Restabelecidas as eleições diretas, você foi enganado por um falso “caçador de marajás”, que se revelou ele próprio símbolo da ostentação e de práticas ilícitas. Perdeu o cargo pelo impeachment. Veio outro presidente que venceu a inflação, e, depois disso, o posto de mandatário máximo foi ocupado por um representante da esquerda advindo do sindicato dos metalúrgicos e fundador de um partido político. A esperança que sua eleição acendeu no coração de muitos não durou, pois logo ficou claro que a intenção era se perpetuar no poder à custa de atos inconsequentes e pouco nobres. Mesmo assim, esse manipulador de consciências conseguiu eleger sua sucessora por duas vezes, e aí se instalou o caos. As práticas corruptas se tornaram regra; pedaladas camuflaram dados, enquanto seu petróleo virava propina nas mãos de corruptos. Seu povo acordou, foi às ruas e conseguiu tirá-la do Poder. Assumiu seu vice, que optou pela impopularidade, propondo reformas essenciais ao retorno do desenvolvimento. Porém, foi abatido em pleno voo por conversas não republicanas nas noites sombrias dos seus palácios. Perder privilégios não faz parte do cardápio das várias classes que te habitam.

Que triste sina, meu Brasil! Seus políticos não tomam prumo, não acham o rumo e continuam chafurdando na lama da corrupção, dos conchavos, dos delitos e propinas. Grandes empresários os sustentam e elegem sempre aqueles com maior facilidade de ser corrompidos. Nada temem, nem uns, nem outros, e seguem a trilha da destruição, do desrespeito e do enriquecimento ilícito. Escarnecem de você, meu querido Brasil.

Quero me juntar aos seus filhos de bem, que não fugirão à luta para te defender de práticas criminosas, violentas e interesseiras. Continue altaneiro, meu Brasil, porque o sol da liberdade em raios fúlgidos voltará a brilhar, um dia.

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