ARTICULISTAS

O STF combate a Propinocracia

De Janot, procurador-geral da República, a Edson Fachin, relator da operação Lava-Jato...

Paulo Leonardo Vilela Cardoso
Publicado em 19/04/2017 às 20:23Atualizado em 16/12/2022 às 13:54
Compartilhar

De Janot, procurador-geral da República, a Edson Fachin, relator da operação Lava-Jato no Supremo Tribunal de Federal, a lista contendo nomes de 39 deputados federais, 24 senadores, três governadores e oito ministros, envolvidos no maior esquema de corrupção da história, foi homologada, e com isso as delações dos diretores e funcionários da Odebrecht ganhou força de prova.

Ontem mesmo o ministro Fachin autorizou, a pedido de Janot, acesso aos registros de entrada nos domínios do senador Romero Jucá, PMDB/RR, que, segundo delatores, teria exigido R$5 milhões da empreiteira.

A publicação das delações possuem contornos e enredo das séries Netflix, e, em comparação, mostra que a atual organização política brasileira assemelha-se a uma “Propinocracia”, ou seja, um sistema de governo onde a gestão é movida através de propinas, de forma a valer-se do Estado para garantir proveitos de ordem pessoal para políticos e empresários. Corrupção pura.

Ora, convenhamos, conforme noticiado pelo próprio patriarca, Emílio Odebrecht, o esquema de pagamento de propina, e financiamento de campanhas através de caixa 2 (dois) existe há 30 (trinta) anos, ou seja, desde o retorno do Estado Democrático, em 1988, e deles já se beneficiaram os ex-presidentes José Sarney, Fernando Collor, Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso, Lula e Dilma.

Para complementar e, de acordo com o delator Hilberto Mascarenhas, do setor de operações estruturadas, somente a Odebrecht pagou US$3,3 bilhões em propinas e caixa dois entre os anos de 2006 e 2014, ou seja, o equivalente a 10,5 bilhões de reais, frise-se. Para ilustrar, este valor seria suficiente para manter a cidade de Uberaba por mais de 10 anos, imaginem.

Enquanto isso, em Curitiba, o ex-presidente Lula tenta vencer o juiz Sérgio Moro pelo cansaço, e arrolou 87 testemunhas para serem ouvidas, oportunidade em que Moro ordenou que o Lula comparecesse nos 87 depoimentos. As senadoras Gleisi Hoffmann e Vanessa Grazziotin, que tanto gritaram durante o processo de impeachment da presidente Dilma no Senado, hoje assistem ao próprio processo.

De uma forma ou de outra, tudo indica que o Supremo Tribunal Federal vai acelerar os julgamentos da Lava-Jato, como o objetivo de fulminar a propinocracia aqui instalada e, com isso, mostrar ao resto do mundo que o Brasil é um país sério.

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Logotipo JM Magazine
Logotipo JM Online
Logotipo JM Online
Logotipo JM Rádio
Logotipo Editoria & Gráfica Vitória
JM Online© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por