ARTICULISTAS

Cada povo tem o governo que merece

Estou aqui na varanda novamente, nesta madrugada de outono, a meditar sobre como é preciso

Marco Antônio de Figueiredo
Publicado em 17/04/2017 às 07:54Atualizado em 16/12/2022 às 13:56
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Estou aqui na varanda novamente, nesta madrugada de outono, a meditar sobre como é preciso saber quando se acaba uma etapa da vida. Fechar círculos, fechar portas ou fechar capítulos, como queira chamar, é importante, principalmente saber onde e quando fechá-los.

Parei para pensar um pouco e analisar o artigo de quinta-feira, 13 de abril, no Jornal da Manhã, de meu amigo e colega Dr. Leuces Teixeira, intitulado “Um País de canalhas” e lembrei-me da celebre frase do francês Joseph-Marie de Maistre, escritor, filósofo, diplomata e advogado, quando afirmou que “cada povo tem o Governo que merece”.

Se analisarmos a expressão, olhando para a situação atual do Brasil, ela não critica esse “País de canalhas”, mas sim aos responsáveis pela eleição de seus representantes. Por isso, cabe com perfeição a essa terra tupiniquim, pois os que ali estão foram escolhidos por voto popular.

Mas aí cabe também a expressão de que “os meios não justificam os fins” e o que estamos vivenciando nos mata de vergonha perante a sociedade global.

Lembrando a Semana Santa, ser brasileiro no momento, é se sentir crucificado num Planalto Central de corrupção, onde grande parcela dos habitantes desta terra encontrada por acaso por Cabral, tiram uma de Pôncio Pilatos.

F. Dannemann disse certa vez que antes nos matavam de “porrada” e choque nas celas da subversão. Agora nos matam de vergonha e fome, exibindo estatísticas na mão de que acabaram com a pobreza e deram moradia aos mais pobres.

Nunca se viu pelos quatro cantos deste Brasil varonil tamanha desfaçatez e abuso. Tudo isso nos deixa confuso, obtuso, com a cabeça entrando em parafuso.

Dr. Leuces tem razão em parte, pois os pedidos da Advocacia Geral da União para investigar, com raras exceções, de hienas a lobos travestidos de cordeiros, dão para concluir que no meio político a honestidade saiu de moda e a honra caiu de uso. De hora em hora a coisa piora, arruinando o passado, o presente, e comprometendo o futuro.

Será que nosso povo tem o governo que merece ou o ladrão que enriquece? O fato é que cada vez mais, o brasileiro se entristece encalacrado num rosário de contas e promessas, num sobe e desce de prantos e preces.

No Brasil, os políticos se perpetuam nos governos e legislativos levados pela sedução que o poder exerce, altos salários, mordomias, o exercício da influência em proveito pessoal. Para acabar com esta insensatez caberia ao eleitor ter capacidade de avaliar os candidatos. Mas dá exigir isso?

Infelizmente só nos contos de fada os pobres fracos e oprimidos vencem os fortes ricos e os corruptos.

Meu amigo Leuces e caríssimos leitores, “o mau- caratismo instalado no Brasil é uma patologia filogenética que se consolida através das tetas da mãe ‘República’, das ambiguidades do pai ‘Governo’, por meio do ‘estelionatismo’ disfarçado de convivência social e das sujeiras existentes nas relações políticas”.

Marco Antônio de Figueiredo – Articulista e Advogado

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