ARTICULISTAS

Lá e cá

De novo a Coreia do Sul nos dá um exemplo de seriedade, imparcialidade e respeito às leis...

Márcia Moreno Campos
Publicado em 16/04/2017 às 11:27Atualizado em 16/12/2022 às 13:57
Compartilhar

De novo a Coreia do Sul nos dá um exemplo de seriedade, imparcialidade e respeito às leis. Em 31 de março passado, a presidente deposta Park Geun-hye foi presa acusada de pressionar empresas a fazer doações a fundações de sua melhor amiga, em troca de favores do governo. Em 9 de maio serão realizadas novas eleições em um processo pacífico de obediência ao estado democrático de direito e à normalidade política e constitucional. Qualquer semelhança com o Brasil, é mera ficção.

Aqui, a operação Lava Jato tem encontrado resistência entre aqueles que se julgam ungidos e detentores de salvo conduto para fazer, surrupiar, abusar do poder, enriquecer a si e aos seus, sob o falacioso argumento de que contribuíram muito pelo país e, portanto, merecem tratamento diferenciado, independentemente dos seus malfeitos.  Em um vídeo amplamente divulgado nas mídias sociais, o presidente nacional do Partido da Causa Operária fala de forma clara e concisa que o depoimento do ex-presidente Lula, agora sem foro privilegiado, ao juiz Sérgio Moro, em Curitiba, será “o sinal de largada para um ataque generalizado em todas as direções, pelos sindicatos e a esquerda brasileira”. Conclama seus seguidores a cercar Lula no dia do depoimento, 3 de maio, numa espécie de barreira e demonstração de força, gritando em unísson “não vai prender”. Ele chama o juiz Sérgio Moro, um dos mais íntegros e destemidos juízes brasileiros, de vigarista, e promete resistência ao cumprimento da lei, porque dessa feita, ela atinge seu líder. Para o caso de prisão, já existem grupos formados de whatsapp com táticas de guerrilha para provocar tumultos em todo o país. E em outra ponta, numa audiência pública na Câmara dos Deputados, o mesmo juiz Sérgio Moro, que dela participava, foi confrontado por três deputados petistas que o acusaram de atuar de forma parcial, partidária e ilegal. Esqueceram-se, propositadamente, que o ex-presidente é réu em cinco ações penais, sendo três delas ligadas à Lava Jato.

Infelizmente, por aqui estão fazendo valer um recurso covarde, o argumentum ad hominem em que se busca denegrir o autor ao invés de rebater os argumentos. Quanta incoerência e má fé! Onde foi parar toda aquela pregação de igualdade da esquerda brasileira? Só quando lhes interessa? Que a Justiça se faça cumprir, doa a quem doer. Só assim teremos paz e um legado positivo para passar às novas gerações. A impunidade destrói qualquer esperança de um futuro melhor.

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Logotipo JM Magazine
Logotipo JM Online
Logotipo JM Online
Logotipo JM Rádio
Logotipo Editoria & Gráfica Vitória
JM Online© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por