Hospital Regional

Antes do início das obras, o Hospital Regional de Uberaba já era notícia. Sua localização foi contestada; mesmo assim, a construção foi em frente. E foi inaugurado quando ainda não estava concluído. Agora, sim, o hospital está pronto. Uma vez abertas as portas, o que não é simples, poderá receber o povo.

Em 15 de janeiro, o Jornal da Manhã, noticiou: “Com ou sem governo federal, Piau diz que abre hospital neste ano”. E o prefeito garantiu “a entrada em funcionamento do Hospital Regional para este ano, mesmo que o governo federal não confirme a participação no custeio do serviço.” Uberabenses têm receio de os cofres da Prefeitura não terem condições de manter o hospital em funcionamento. Na verdade, pelo fato de ser regional, o hospital deveria atender à demanda de pacientes de várias cidades. E ambulâncias de mais de vinte cidades enviarão para Uberaba quem precise de cuidados médicos. Mas será imprescindível que os responsáveis paguem em dia sua cota financeira. O governo federal, por exemplo, assinou convênio assumindo boa parte dos custos de funcionamento do hospital. Assumir é diferente de entrar com o dinheiro. E, como sempre, pode ser que o dinheiro federal apareça com atraso. Se aparecer.

Este periódico trouxe recentemente outras duas importantes matérias ligadas à Saúde. A primeira é sobre o convênio de saúde da Prefeitura com a RN, quase cancelado por atraso da Prefeitura no pagamento das mensalidades. A segunda é sobre a greve dos médicos em unidades de saúde. A empresa que contrata os médicos não pagou a eles, porque não recebeu da Prefeitura.

Em 22 de dezembro último, segundo nota de página inteira da Prefeitura neste Jornal, o Estado deve R$ 10 milhões à Saúde de Uberaba; a União, R$ 8 milhões. E a Prefeitura arcou com R$ 46 milhões não assumidos pela União. Os dados ajudavam a explicar a falta de pagamento aos médicos das UPAs. “...Uberaba vem acumulando déficit financeiro na área da Saúde, em virtude de a Prefeitura arcar com pagamentos que deveriam ser custeados pelo Estado e União.” E “se Estado e União não cumprirem com seu papel constitucional, é impossível para a Prefeitura arcar sozinha com todos esses custos.”

É inequívoca a vontade do prefeito Piau de oferecer à população o benefício de um grande hospital funcionando. Mas se todos os responsáveis não arcarem com a manutenção, a Prefeitura enfrentará situação delicada. Prefeito Paulo Piau se mostra corajoso por querer colocar em funcionamento o Hospital Regional. Que sua reta intenção conte com extraordinária força política e muito poder de negociação para alcançar sucesso no empreendimento.