Da maneira de muitas outras pessoas em nosso país, venho acompanhando com interesse as bizarrices do bufão Trump nos Estados Unidos e que avança desatinado sobre tudo e sobre todos, enquanto observo o quanto frustrado ele fica ao bater de frente com lamentáveis realidades americanas e cuja administração ele procura, em vão, associar à maneira com que ele mesmo conduz os seus megaempreendimentos imobiliários, cassinos e resorts.
Demorou mas ele finalmente bufou e percebeu que não é mais, “apenas”, um excêntrico milionário ou uma estrela de um talk-show entre outros da sua capitalista nação, o ocupante da cadeira mais disputada entre todos os seus compatriotas e na qual sentam-se os homens mais poderosos de todo o mundo. Surpreso e raivoso, quase babando e soltando fogo pelas ventas, é dessa maneira que o apontam os próprios funcionários de carreira do seu staff e com quem cruza diariamente pelos amplos corredores da Casa Branca.
São funcionários da alta e sigilosa burocracia americana e lotados naquela mansão, que dizem sentir-se como se estivessem carregando velas dentro de um imenso barril de pólvora, onde as regras não são claras ou sequer seguem alguma regra; a moral daqueles servidores federais segue em uma decadência nunca antes sentida e o faccionalismo é galopante. Enfim, o esgotamento e o stress de quem trabalha nas salas e corredores próximos ao Salão Oval estão no pico mais elevado.
E para o espanto de todos, correm notícias de que Trump deseja agitar ainda mais aquele (antes saudável) ambiente de trabalho, enquanto furioso com a profusão de vazamentos que vêm revelando seus confrontos, por enquanto apenas por telefone, com alguns dos outros principais líderes mundiais. O Conselho Nacional de Segurança dos Estados Unidos da América é inseguro, disse Trump em um dos seus não raros momentos de histeria, o que levou a colocarem as “barbas de molho” os mais antigos funcionários daquela casa.
Correm notícias de que até mesmo os assessores mais próximos a Trump e por ele recentemente nomeados para cargos diversos (e antes inexistentes) não sabem ainda qual o seu real papel na administração do governo, enquanto assistem aquele seu chefe mudando rapidamente de assunto quando algumas discussões tornam-se detalhadas, como que dando a impressão de que sabe de tudo e que está no controle, até mesmo dos botões e códigos que acionam potentes foguetes com bombas atômicas em suas respectivas ogivas e apontados para regiões estratégicas em todo o mundo.
Se achando o dono do mundo, Donald Trump mostra-se totalmente descrente de juízes, burocratas e legisladores que o impedem de cometer alguns atos que contrariam a Constituição Federal. Narcisista ao extremo, ele chega a ficar estático em frente à TV para saber o que a imprensa fala a seu respeito, do seu governo e até da sua esposa. Trump pode até ter o poder de mudar algumas regras, modificar alguns princípios de comportamento entre o povo da sua terra, jogar ao chão o que ele venha a chamar de convenções ultrapassadas, obsoletas, mas nunca irá eliminar a consciência de culpa que um dia irá incomodá-lo e como resultado de um governo que procura caminhar sem escrúpulos nos calçados.
Gustavo Hoffay
Agente Social