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Falando de ansiedade infantil

Como acontece a ansiedade? O sistema límbico – região cerebral que comanda as emoções...

Sandra de Sousa Batista Abud
Publicado em 16/02/2017 às 19:33Atualizado em 16/12/2022 às 15:09
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Como acontece a ansiedade?

O sistema límbico – região cerebral que comanda as emoções e comportamentos sociais –, perante uma situação estressante, envia um sinal para o sistema nervoso central e, como resposta, o corpo inteiro fica em estado de alerta e os batimentos cardíacos aceleram, os músculos se tensionam, as mãos transpiram. Respondendo à iminência de um perigo, real ou hipotético, o organismo entra em ansiedade. Assim como o medo, a ansiedade, que pode surgir em qualquer idade e momento, está ligada à sobrevivência do ser humano.

Isso acontece devido a uma falta de recurso para enfrentar as adversidades, causando muito sofrimento e angústia. E como as crianças ainda estão construindo seu repertório para lidar com situações de estresse e provações, elas podem ser especialmente vulneráveis a seus efeitos. Assim, até a espera por algo bom, como Natal ou aniversário, pode se transformar em uma verdadeira tortura e deixar a criança desestabilizada e inquieta, ou seja, ansiosa.

Como se percebe a ansiedade?

Fatos como unhas ruídas, dores de cabeça, dores no corpo sem motivo aparente, queixas frequentes de cansaço, desânimo, sono intranquilo ou agitado são sinais típicos de ansiedade. Às vezes, a sensação é tão intensa e causa tanto mal-estar que a pessoa fica paralisada e não consegue agir, o que se torna um problema.

As primeiras angústias infantis vão surgir bem antes da idade escolar, antes de aprender a contar os dias para um evento importante no calendário e até antes de pronunciar as primeiras palavras ou dar os primeiros passos. A ansiedade da separação pode aparecer por volta dos 6 meses, quando o bebê começa a perceber que ele e a mãe não são um ser único, o que  gera sofrimento. Esta separação entre o filho e a mãe costumava durar até os 3 anos, quando muitas crianças passavam a frequentar a educação infantil. Atualmente, crianças de 7 ou 9 anos ainda manifestam esse tipo de angústia, inclusive com o nascimento de irmãos.

Dificuldades no ambiente ao qual a criança está acostumada, dificuldades em lidar com outras crianças na escola, dificuldades de relacionamento em geral denotam ansiedade. A prevalência de ansiedade patológica nas crianças que sofrem do transtorno é em torno de 28%, e é comum que crianças ansiosas apresentem outras doenças associadas, como depressão e Transtorno de Déficit de Atenção (TDAH), que é o caso mais comum. Cerca de 30% das crianças que sofrem TDAH também manifestam ansiedade. Se os sintomas passam a atrapalhar a qualidade de vida da criança, se são persistentes prolongando-se por dois ou três meses e se alteram o comportamento dela, é interessante procurar um especialista.

(*) Psicóloga Clínica

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