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De borboletas e mariposas

Dei-me a observar no jardim de casa uma borboleta em seu voo inaugural ao sair da crisálida em sua derradeira etapa de metamorfose

Luiz Cláudio dos Reis Campos
Publicado em 14/02/2017 às 08:56Atualizado em 16/12/2022 às 15:10
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 De borboletas e mariposas

Dei-me a observar no jardim de casa uma borboleta em seu voo inaugural ao sair da crisálida em sua derradeira etapa de metamorfose. Um espetáculo esse flagrante que pude presenciar. Imediatamente, ela já estava batendo asas e se apresentando às flores acolhedoras, cujas pétalas meio que se fundiam e confundiam-se com as asas violetas, multicores, da nova borboleta. Momento mágico o voo de primeira polinização. Grãos de pólen, minúsculos como os de miosótis, conhecem o sabor e o humor do vento. Revelam-nos em flor desabrochando que logo receberá a visita de borboletas ávidas do néctar para prosseguir a proliferação de novos exemplares. Assim também são as mariposas, cujas diferenças passei a observar e pesquisar. Estas são mais ativas à noite e são atraídas por flores de cores mais claras e quando estão descansando mantêm as asas abertas, horizontalmente. Já as borboletas são mais ativas durante o dia. Quando descansam, suas asas ficam juntas em posição vertical e são atraídas por flores de maior colorido, como as vermelhas e laranjas.

As ditas bruxas são mariposas que representam má-sorte, quando as encontramos dentro de casa. Ao contrário da presença das borboletas, que são sempre bem- vindas porque trazem sorte. Na verdade, ambas são insetos alados metamorfoseados com a graça imensa de tingir os jardins, campos e matas com cores tão belas e de tamanho bom gosto em suas estampas. Asas estampadas de matizes que com certeza chamaram e atraíram a atenção de Van Gogh em suas telas de papoulas e borboletas. Para Van Gogh, a metamorfose da lagarta para a borboleta é simbólica e remete à capacidade dos homens e das mulheres para a transformação. São símbolos de liberdade e esperança. Impressionantemente e naturalmente impressionistas, já nascem prontas em pinturas sem retoques. Provavelmente não se dão conta da atração que despertam. Passam a sua breve existência colorindo, tingindo e plantando desavisadamente pelo néctar de que se alimentam. “Pra não dizer que não falei das flores”, falo das borboletas que são companheiras preciosas de rosas, violetas, margaridas, todas floridas, cheias de luz. A metamorfose que liberta e encanta. “Quem possui a faculdade de ver a beleza não envelhece. De um certo ponto adiante não há mais retorno. Este é o ponto que deve ser alcançado”. (Kafka)

Luiz Cláudio dos Reis Campos- engenheiro [email protected]

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