Nosso Brasil atravessa um período agitado, convulsivo e como outros tantos em sua curta, porém bem recheada história republicana. A já renomada operação Lava-Jato e que vem alcançando altos índices de dedicados exames em todo o mundo, principalmente em função dos seus desdobramentos e que vêm detectando a influência de interesses econômicos a partir de grandes grupos multinacionais, exaltando ânimos e originando greves e demais campanhas reivindicatórias, já fez história! Conseguiu consagrar-se como a um vibrante grito de alerta contra poderosos grupos e pessoas que insistiam em agir no subterrâneo, em lobbies e antessalas dos governos estaduais e federal, em faustos jantares e festas diversas, como a matilhas famintas por uma vigorosa preeminência. Diante desse tenebroso quadro e no qual figuramos como a meros e infelizes espectadores/contribuintes, necessário se faz reconhecer que a grande maioria do povo tupiniquim deseja avançar desde a plateia e tomar parte bastante ativa na busca de uma estabilização moral de nossas instituições, clamando vigorosamente por justiça ampla, geral e irrestrita e enquanto, inseguro, afoga-se em um gigantesco e vergonhoso lamaçal de uma asquerosa onda de impunidade. Um quadro, imagino, que sequer o poeta, escritor e político florentino Dante Alighieri seria capaz de prever ou quanto mais Leonardo Da Vinci representar em algum afresco na Capela Sistina. Embora até a pouco tempo fosse absolutamente em vão imaginar que ainda na atual ou na próxima década pudéssemos gozar de uma nação séria ou ao menos relativamente coerente em relação a expectativa do seu povo (“Vox Populi, Vox Dei”), é necessário, não obstante, não permitirmos seja condenada à morte a nossa esperança. A evidência de provas contra acusados de crimes de lesa-pátria impõe-se de forma clara, o que leva-nos a clamar energicamente e a despeito de todas as injunções contrárias. Algumas situações postas por políticos e empresários fraudulentos são de difícil julgamento e solução, o que torna trabalhoso distinguir o que é certo e o que é errado, quanto mais se levarmos em conta milionários interesses corporativos. Quem atreve-se a entender o imbróglio de corrupção formado e aplicado nestas terras de Santa Cruz, corre o sério risco de deixar-se impressionar por algum ou outro aspecto em detrimento de outros ou de ver um só lado de alguma questão, sem levar em conta um conjunto com todas as suas facetas. Teori morreu, mas não morreram em seus discípulos o desejo e a ganância pela busca da verdade. Somos todos Brasil. Manifestemo-nos sempre, pacificamente, para que nossas autoridades aumentem a sua vigilância sobre a nossa Constituição e concedam ao povo a oportunidade de viver pacata, harmoniosa e fraternalmente para que seja construída uma civilização fundada no amor à nossa Pátria, tão vigorosa, porém tão frágil contra ameaças até mesmo internas.
(*) Gustavo Hoffay
Agente social
