Bolsa Família

São constantes e repetitivas as notícias de fraudes no Bolsa Família, com desvios de milhões de reais para quem se inscreveu no programa, mas não se enquadra nas regras para receber o benefício, que ajuda famílias em extrema pobreza, ou seja, sem recursos financeiros para se manterem com dignidade.

Milhares de pessoas embolsaram indevidamente dinheiro do Bolsa Família, dentre elas, servidores públicos, empresários, gente que fez doação nas campanhas eleitorais, parentes de prefeitos, vereadores e de outras autoridades. Foi isso o que descobriu o Tribunal Superior Eleitoral, ao cruzar dados. Em muitos casos, o CPF de beneficiários do Bolsa Família foi usado indevidamente, inclusive o de beneficiários mortos. E certamente ainda haverá mais notícias semelhantes a essas, pois o programa Bolsa Família se mostrou bastante vulnerável para a obtenção de vantagens ilícitas.

Se houve crime, é preciso haver castigo. Porém, até agora, a única punição para esses criminosos foi a de serem cortados do programa, com isso, não receberão mais os valores mensais. Convenhamos, é muito pouco. É dever do Estado procurar recuperar o que foi indevidamente para o bolso dos 13,9 milhões de fraudadores. Como muitos deles, por exemplo, têm função definida e local de trabalho conhecido, o ideal é serem exonerados a bem do serviço público, pois, se se sujaram por valor tão pequeno, poderão dar bote maior no erário público.

Se os fraudadores não precisarem devolver o que roubaram, o contribuinte está sendo prejudicad terá ajudado o programa Bolsa Quadrilha. Desistir de recuperar o que foi roubado demonstra conivência de ordem superior com o fato, talvez por ter sido protagonizado por gente importante.

O programa Bolsa Família precisa de avaliação, revisão e reajustes, e as famílias cadastradas devem ser estimuladas a se promoverem, pois, se apenas recebem o dinheiro no fim do mês em troca de os filhos frequentarem a escola e de estarem em dia com o cartão de vacinação, o programa se torna Bolsa Esmola. O ideal é cada família ter acompanhamento e orientação adequados, frequentar cursos profissionalizantes, e não depender desse dinheiro por longo período. Quanto aos fraudadores, punições exemplares podem desanimar novos assaltos aos programas do governo. Já que o governo se mostrou astuto em descobrir os golpes, que seja igualmente sagaz recuperando o valor desviado.