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Escolhas de Deus

Sob a ação da fé, na ação divina, e baseados nas Palavras da Escritura Sagrada, podemos dizer...

Dom Paulo Mendes Peixoto
Publicado em 28/01/2017 às 20:03Atualizado em 16/12/2022 às 15:28
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Sob a ação da fé, na ação divina, e baseados nas Palavras da Escritura Sagrada, podemos dizer que Deus faz escolhas entre as pessoas. Mas na preferência estão os pequeninos, os fracos, para confundir os poderosos da sociedade. As oito pessoas mais ricas do mundo, conforme o anunciado pela imprensa nestes dias, não conseguem entender essa forma própria do agir de Deus.

A felicidade não está no ter e nem no poder, porque a vida de todos passa, também a (vida) das pessoas mais ricas e poderosas. Talvez a maior riqueza esteja em quem não tem nada, a não ser a vida. Quem não tem excesso de bens materiais, tem maior facilidade para construir uma fraternidade comunitária. Tem mais abertura para o encontro com as pessoas das mesmas condições.

É fundamental viver centrado em Deus. Ele é o poder e a riqueza, e não nos confunde. Através da apresentação das Bem-aventuranças (Mt 5,1-12), Jesus diz que quem as observa é bendito do Pai. Supõe desapego dos bens do mundo, que é um desafio, mas ajuda na partilha com os outros e o coração fica sem amarras. Onde há partilha, existe lugar para todos, porque há inclusão.

Deus escolhe as pessoas sofridas de uma sociedade injusta e excludente. São os que não contam, são estranhos para a cultura do consumismo e não participam desse mercado. Elas apenas lutam pela sua sobrevivência e se tornam vítimas de preconceitos e discriminação. Deus sempre se põe ao lado dessa gente e valoriza o esforço e a coragem presentes em seus corações.

Felizes as pessoas mansas e puras, porque são despidas de todo tipo de agressão e estão alicerçadas na não violência. Significa que valorizam o outro na sua dignidade, e por isso não o ofende. Não se deixam corromper pelos deuses da atualidade: dinheiro, poder, consumo etc. Sabem que a vontade de Deus é a justiça praticada para todas as pessoas na construção dos objetivos do Reino do bem.

Existem muitas falsas seguranças. Elas não proporcionam a verdadeira felicidade. E as escolhas feitas por Deus mostram que a fragilidade confunde o falso poder. A glória pertence ao Senhor, como diz o Apóstolo Paul “para quem se gloria, glorie-se no Senhor” (ICor 1,31). A glória do Senhor é a cruz, o amor. Só quem ama de verdade, amando o irmão, é capaz de participar da glória de Deus.

(*) Arcebispo de Uberaba

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