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Faça a sua parte

Andando pela areia da praia, Santo Agostinho se deparou com um menino que, com um baldinho de madeira na mão, ia até a água do mar, enchia seu pequeno balde e voltava despejando a água em um buraco na

Márcia Moreno Campos
Publicado em 23/01/2017 às 08:41Atualizado em 16/12/2022 às 15:34
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Andando pela areia da praia, Santo Agostinho se deparou com um menino que, com um baldinho de madeira na mão, ia até a água do mar, enchia seu pequeno balde e voltava despejando a água em um buraco na areia. Ao ser indagado sobre o que estava fazendo, respondeu: “Coloco neste buraco toda a água do mar.” Essa passagem serviu a Santo Agostinho como um exemplo de fé, que é do que mais precisamos hoje para resolver tantos problemas sérios que nos afligem no dia a dia. Esse menino mostrou, também, como é importante tomarmos atitudes, que mesmo parecendo pequenas e inócuas, representam muito mais do que a constante omissão do ser humano. Diante do gigantismo dos problemas de segurança, saúde, emprego, educação, etc., nos apequenamos e tomamos o caminho mais cômodo de dizer que a origem do mal está além da nossa capacidade de resolver, e que de nada adianta fazer alguma coisa. Quem dera no mundo todo, cada um fizesse a sua parte! O que pesa é a desproporcionalidade do esforço, uns sustentando muitos outros.

A nós, eleitores e contribuintes, cabe a cobrança sistemática e intensa dos nossos direitos, exigindo transparência e consciência na gestão dos recursos públicos advindos dos impostos altíssimos que suportamos. Chega de aceitar a velha desculpa de que uma economia daqui, outra de lá, não vai resolver o problema do déficit público brasileiro. Pura balela! Que tal começar reduzindo o número de assessores parlamentares, as viagens ao exterior dos membros dos três Poderes, os gastos com festas e banquetes, os cargos comissionados, as despesas com publicidade, telefone, auxílios moradia e outros, e os 4 milhões por ano que pagamos para sustentar os ex-presidentes? Asseguro que além de economia real, o exemplo seria de grande valor. Inadmissível aceitar ver um governador buscar o filho de helicóptero oficial numa balada de réveillon, pelo fato ter privilégios. Inacreditável ver vereadores aumentando seus próprios salários e defendendo regalias e mordomias à custa do dinheiro dos eleitores, em total descompasso com os reais problemas da comunidade. Nas nossas vidas economizamos, diariamente, para que nossos gastos caibam no orçamento doméstico. Não pode ser diferente no setor público. Que cada um faça a sua parte!

(*) Marcia Moreno Campos

Economista

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