ARTICULISTAS

A reta democracia

Quem viveu os tempos de JK, Jango e Brizola, de Costa e Silva e Castelo Branco, passando por Médici...

Gustavo Hoffay
Publicado em 30/12/2016 às 21:59Atualizado em 16/12/2022 às 15:57
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Quem viveu os tempos de JK, Jango e Brizola, de Costa e Silva e Castelo Branco, passando por Médici, Geisel e chegando a Figueiredo, espantou-se com os governos Sarney, Collor, Lula e Dilma e hoje indaga-se a respeito da capacidade de Temer em assumir e gerir uma herança que é um mix de sequelas do militarismo com propostas socialistas de especialização capitalista. Vivemos, sim, uma democracia que não é relativa e sim absoluta, que, embora antecedida pela pré-abertura cozinhada em fogo brando pelo então presidente Figueiredo, sufocou a muitos que não estavam preparados para acolhê-la e gozá-la em plenitude. O seu genuíno gozo não implica que tenhamos o direito de escolher, aleatoriamente, entre o que pensamos ser o certo e o errado, mas que o façamos com uma honrosa e superior dignidade. Democracia não é e nunca foi o direito de poder fazer o que queremos, mas o direito de fazermos o que deve ser feito; democracia não deve servir para desfigurar ou perseguir, mas um poder moral que permita a prática de uma liberdade movida pela razão! Pensar que um liberalismo derivado de tal regime significa uma independência total e irrestrita é um erro incomensurável. Ora, a liberdade é condicionada pela obediência às leis; democracia e liberdade sem leis não existem (seria algo totalmente inconcebível, socialmente inviável). Daí chamar de liberdade algumas ações sem o respaldo da lei e por pessoas que agem deliberadamente contra a lei seria o mesmo que apelar para o uso de uma independência constitucional no intuito de ignorar a lei moral, de sermos adúlteros, ladrões, sacudirmos os punhos com ódio contra alguém ou coisas ainda piores. Sejamos, sim, verdadeiros democratas e visando o desenvolvimento constante da nossa personalidade verde/amarela, enquanto vivendo uma felicidade comum à grande maioria de nós e ratificando o lema inscrito em nossa bandeira. Sabemos que é assaz frequente o uso do vocábulo “democracia”, principalmente em meio a alguns estudantes, e o quanto, às vezes, o seu grito salta os muros das escolas e chega uníssono até em parte de uma burguesia amoral, antiética e que não exprime juízos de valor. Analisemos o que foi a ocupação das escolas em todo o Brasil. Pensando estar no pleno exercício dos seus direitos, milhares de estudantes (“democráticos”) contavam como principal suporte às suas reivindicações a forte ressonância sentimental e afetiva da população, visto muitos deles serem menores de idade e, portanto, capazes de suscitar emoções e paixões para que obtivessem um respaldo das suas respectivas famílias e da sociedade quanto àquilo que diziam ser “suas” reivindicações. Serviram, sim, de objetos manipuláveis de alguns brasileiros que seguem (ou tentam seguir) à sombra de uma ideologia há muito fracassada e totalmente sem lugar em um mundo onde a capacidade de cada um deve estar infinitamente acima de qualquer ideologia política.

(*) Agente Social

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