ARTICULISTAS

Alguém muito especial

Hoje falo de uma pessoa sobre a qual nunca falei aqui, embora tenha enfocado tantos...

João Eurípedes Sabino
Publicado em 23/12/2016 às 20:19Atualizado em 16/12/2022 às 16:03
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Hoje falo de uma pessoa sobre a qual nunca falei aqui, embora tenha enfocado tantos personagens ilustres nesta página. Isso me permitiu publicar o livro “Perfis especiais”, enfocando pessoas que muito fizeram por merecer. O prefácio confiei ao crivo da nossa Diretora Lídia Prata Ciabotti.

A pessoa da qual nunca falei é você, leitor, ou leitora, companheiros que nos habitam o imaginário, entram por nossas veias, adentram à zona recôndita dos nossos corações e são a razão do nosso existir. São por nós hierarquizados e os colocamos no topo das nossas atuações. Tanto é verdade que, quando escrevemos, vocês metafisicamente postam-se diante de nós e os vemos como pessoas gratas. Gostamos de vê-los franzir a testa quando escrevemos abobrinhas.

Em vocês, leitores, encontramos os motivos para irmos à frente. De suas análises, comentários, sugestões e conclusões surge a luz que nos dá a noção de estarmos indo no rumo certo. Se somos felizes por escrever, é porque vocês daqui e alhures se mostram felizes por acolher o que escrevemos.

A vocês, leitores, é que buscamos convencer nas primeiras cinco linhas. Já ouvi de muitos que, se isso não acontecer, babau para as outras vinte e cinco. Prender suas atenções, envolvê-los do começo ao fim e deixá-los em suspense aguardando um desfecho, são atributos que trazemos do berço, mas sem vocês onde estaríamos? Não inexistiríamos no mundo literário.

Certa vez me imaginei sem vocês. Cantei sozinho a música “Peixe vivo”: “Como poderei viver, como poderei viver? Sem a tua, sem a tua, sem a tua companhia”. Lembrei-me também do poema “Saudades”, de Machado de Assis, no qual pontua: “Eu cedo morrerei, pressinto n'alma / Não se pode viver com dor tamanha”.

Pretendia eu enfocar vocês “pegando leve”, mas acabei por passar dos limites e fiz quase o meu epitáfio. É que com vocês, amigos leitores, não há meio-termo; ou se lhes agrada ou desagrada. Eis a questão.

Invisível, anônimo, incerto e não sabido. É esse o perfil da maioria dos leitores que, apesar disso, estão incorporados à vida do articulista.

Não só aos que nos leem quero agradecer. Entre nós e eles está a peça imprescindível a quem rendo o meu tribut os abnegados colaboradores que fazem o jornal acontecer. E um feliz 2017!

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