ARTICULISTAS

Dominicanas e maristas, de mãos unidas na travessia...

A preocupação com a educação de crianças e jovens sempre foi uma tônica na caminhada...

Maria de Lourdes Leal dos Santos
Publicado em 11/12/2016 às 12:35Atualizado em 16/12/2022 às 16:14
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A preocupação com a educação de crianças e jovens sempre foi uma tônica na caminhada das congregações religiosas, em especial, as de origem francesa, que há séculos tem como missão tornar Jesus Cristo conhecido e amado, por meio do testemunho cristão. Centenas de homens e mulheres deixaram suas famílias, seu país, sua cultura e vieram para o Brasil com o desejo ardente de propagação da fé cristã: “Ide pelo mundo inteiro e anunciai o evangelho a todos os povos”. Ideal de São Domingos de Gusmão, em 1216, na França, quando instituiu a Ordem dos Pregadores. Neste ano, como Família Dominicana, celebramos os 800 anos da Ordem. Nesta travessia, os dominicanos, em Uberaba, marcaram a história da educação lado a lado com os Irmãos Maristas. São Marcelino Champagnat, fundador do Instituto dos Irmãos Maristas, para quem não existiam fronteiras em sua missão educativo-evangelizadora, instituiu um estilo de educação peculiar, desde a sua fundação, em 2 de fevereiro de 1817, em La Valla, sudoeste da França, até os nossos dias. A pedagogia marista se nutre da experiência e da reflexão educativa, da presença pautada no pensamento de seu fundador: “Para bem educar as crianças e os jovens é preciso, antes de tudo, amá-los”. Nesta mesma linha de pensamento e ação, as Irmãs Dominicanas de Monteil, à luz de sua fundadora Madre Anastasie, com pioneirismo, aliado a uma postura firme e arrojada de suas raízes, foram responsáveis pela gênese da primeira instituição confessional de Ensino Superior de nossa regiã a FISTA. Fundada em 1945, contou com a atuação decisiva de Dom Alexandre Gonçalves do Amaral, que se preocupava com a formação intelectual dos religiosos e leigos. O primeiro passo foi a criação do Instituto Superior de Cultura, que reunia a elite cultural de Uberaba com historiadores, escritores, professores e religiosos, participando de aulas com Dom Alexandre e o professor de Literatura Santino Gomes de Mattos. O departamento masculino funcionava no Colégio Marista Diocesano, e o feminino, no Colégio Nossa Senhora das Dores, até o ano de 1954. A partir dos encontros, vislumbraram a fundação da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Santo Tomás de Aquino, com a mobilização dos Irmãos Maristas e as Irmãs Dominicanas. Destacamos a ação e competência de Ir. Virginita do Rosário e Madre Ângela, primeiras diretoras, que, mesmo enfrentando desafios, realizaram a primeira aula inaugural, em 1955. Contou sempre com professores de primeira qualidade: Monsenhor Juvenal Arduini, Padre Prata, Santino Gomes de Mattos, Antonio Tomás Pialho, Dom Almir Marques, Dr. José Mendonça, Dr. Mozart Furtado Nunes, Irmã Maria Loreto e Monsenhor Genésio Borges. O saudoso irmão marista Ir. Joaquim Panini, ex-aluno da FISTA na década de 50, nos relatou: “O que mais me marcou foi a sabedoria, a iniciativa, o pioneirismo e a determinação das Irmãs Dominicanas, de quem aprendi muitas lições do “Contemplata, alliis tradere”. Referiu-se ao lema dominicano que se traduz: Contemple e dê aos outros o fruto de sua contemplação. Contemplação e graça, fundidos um ao outro, foram características marcantes de carisma dominicano que fundamentaram a proposta pedagógica da FISTA. Quantos ex-alunos passaram pela FISTA e hoje são referências em universidades federais, particulares, espalhadas por todo o país! Como dizia Monsenhor Juvenal Arduini:

“A FISTA não foi, a FISTA é! Ela continua viva por meio de seus alunos egressos!”

(*) Pedagoga

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