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Meu fim de semana

Mesmo não acreditando na perfeição, mas pelo que conheço da vida, posso dizer que este fim de semana...

Marco Antônio de Figueiredo
Publicado em 28/11/2016 às 07:42Atualizado em 16/12/2022 às 16:24
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Mesmo não acreditando na perfeição, mas pelo que conheço da vida, posso dizer que este fim de semana foi "perfeito". Pude curtir a vida ao lado das pessoas que amo e respeito.

Poucos entendem que buscamos tanto a felicidade, mas ela está ao nosso alcance nos pequenos momentos, nos simples gestos, num sorriso ou em um fim de semana regado de bate-papo com amigos junto à natureza. Não existe alguém que não goste do "não fazer nada" ao lado dos seus irmãos, cunhados, dos velhos e novos amigos, fazendo e construindo, um "ótimo viver".

Durante a semana, em uma conversa na rede social, recebi uma mensagem de meu amigo há mais de 45 anos, Tharsis Bastos, pedindo para ler “uma canção” do Capiba e Hermínio Bello de Carvalho, despertando, uma curiosidade incontrolável.

Neste final de semana estive ao lado de pessoas muito queridas. Começou na sexta-feira, quando fui para o sítio “Terra do Nunca”, na companhia dos amigos “Jujuzim” Costa e “Beto” Junqueira. Já no sábado, vários amigos e vizinhos do Jardim São Bento chegaram para completar o espaço de felicidade que reinava naquele pedacinho do céu.

A festa de confraternização estendeu-se até domingo, numa reunião informal e de convivência com tanta gente especial, algumas que eu não via há tempos e a quem peço que não se afastem tanto.

Em certo momento olhei em volta e me senti aquecido, tão grande o prazer de estar na companhia deles e foi neste momento que me lembrei de “Uma canção do Capiba”, o qual me fez sentir, quando da leitura, como um hino de aconchego.

Diz o artig Amigo é feito casa que se faz aos poucos e com paciência pra durar pra sempre, mas é preciso ter muito tijolo e terra, preparar reboco, construir tramelas, usar a sapiência de um João-de-barro que constrói com arte a sua residência. Há que o alicerce seja muito resistente, que às chuvas e aos ventos possa então proteger.

Há que fincar muito jequitibá e vigas de jatobá e adubar o jardim e plantar muita flor, toiceiras de resedás e não falte um caramanchão, pros tempos idos lembrar que os cabelos brancos vão surgindo que nem mato na roceira, que mal dá pra capinar e há que ver os pés de manacá cheinhos de sabiás, sabendo que os rouxinóis vão trazer arrebóis, choro de imaginar! Pra festa da cumieira não faltem os violões! Muito milho ardendo na fogueira e quentão farto em gengibre aquecendo os corações.

A casa é amizade construída aos poucos e que a gente quer com beira e tribeira, com gelosia feita de matéria rara e altas platibandas, com portão bem largo que é pra se entrar sorrindo nas horas incertas, sem fazer alarde, sem causar transtorno.

Amigo que é amigo quando quer estar presente faz-se quase transparente sem deixar-se perceber. Amigo é pra ficar, se chegar, se achegar, se abraçar, se beijar, se louvar, bendizer. Amigo a gente acolhe, recolhe, agasalha e oferece lugar pra dormir e comer. Amigo que é amigo não puxa tapete, oferece pra gente o melhor que tem e o que nem tem quando não tem, finge que tem, faz o que pode e o seu coração reparte que nem pão.

Marco Antônio de Figueiredo – advogado e articulista

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