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O efeito Trump

Nestas semanas conturbadas por notícias as mais diversas possíveis na seara política, ainda repercute mundo afora a eleição do presidente dos USA, Donald Trump

Karim Abud Mauad
Publicado em 21/11/2016 às 08:45Atualizado em 16/12/2022 às 16:30
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 O efeito Trump

Nestas semanas conturbadas por notícias as mais diversas possíveis na seara política, ainda repercute mundo afora a eleição do presidente dos USA, Donald Trump.

Pelo sistema de voto popular, ele teve menos voto que Hillary Clinton, mas, pelo sistema de delegados do processo americano, ele ganhou. Assim se constroem as Democracias, sistema imperfeito, mas ainda o melhor já experimentado.

Aqui cabe ressaltar o alvoroço que ele vem causando nos governos aliados, nos governos inimigos, no mercado financeiro e, principalmente, na mídia.

Um dado curioso da eleição lá foi o erro dos institutos de pesquisa americanos. Apenas uma universidade acertou e, curiosamente, foi uma pesquisa feita nas redes sociais, sem pesquisador na rua, e acredita-se que o eleitor se sentiu mais à vontade para assumir o voto sem exposição ao pesquisador.

A ironia disso é que o sistema eleitoral e a pesquisa de intenção de votos, aqui como lá, estão na berlinda, necessitando de um efetivo aperfeiçoamento. Urgente mesmo se faz o aprimoramento na gestão do processo eleitoral. Vida que segue, vamos agora nos preparar para ver o que o futuro nos revela com o novo Presidente republicano no poder.

Um fato nos chama a atenção – e este é muito parecido com a nossa jovem democracia –, a mudança do discurso eleitoral do agora candidato eleito. Promessas eleitorais não são necessariamente ações de governo! Cruel...

As diferenças lá e aqui começam a se acentuar na formação da equipe de governo, onde não só os aliados ocuparão espaços, mas também os derrotados e críticos, mesmo com o Presidente eleito tendo maioria no congresso americano. Foi assim com Obama e Hillary, no passado, e tudo indica que ocorrerá com o novo governo. Não será uma mera ação entre amigos e parente.

No aspecto econômico, parece que o mercado financeiro via bolsa de valores e câmbio está demonstrando receio com este novo tempo, efeito latente no Brasil onde o Real sofreu forte desvalorização, na casa dos 10%, forçando a intervenção do Banco Central. Ainda bem que neste turbilhão de notícias ruins da nossa Economia, as reservas cambiais estavam intactas. Pré impeachment correram risco de ser usadas inadequadamente, como foi ventilado pela ex-presidente Dilma. É ponto de preocupação, já que o câmbio desvalorizado causa inflação, interferindo em nossas taxas de juros. No momento em que começaram sua redução, após quatro longos anos, esta expectativa de nova redução em novembro poderá ser afetada. O Mercado apostava em nova queda de 0,5% a.a., e agora se fala em redução de 0,25% a.a. ou mesmo a manutenção da atual taxa Selic. Para dificultar, teremos elevação de juros no mercado americano.

Esta breve análise é para lembrar que nosso bolso não passará imune a esse resultado. As relações USA x BRASIL, também.

O tempo dirá o quanto esta eleição nos “states” interferirá no nosso dia a dia, mas me alinho entre os que acreditam que as nossas recentes eleições é que de fato serão determinantes para nossa vida cotidiana futura.

Karim Abud Mauad

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