ARTICULISTAS

Mentes afogueadas

Pode haver pessoas que não reconheçam os direitos de alguns, mas julguem-se prejudicadas...

Gustavo Hoffay
Publicado em 09/11/2016 às 20:03Atualizado em 16/12/2022 às 02:42
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Pode haver pessoas que não reconheçam os direitos de alguns, mas julguem-se prejudicadas pelo excesso de direitos daqueles ou mesmo pela interpretação que fazem das leis e do papel de cada uma na sociedade onde estão inseridas. Ora! Essa malfadada paralisação das aulas em escolas públicas, provocada por alguns e praticada por terceiros, está ampla e plenamente despojada de uma racionalização e que, futuramente, será lembrada como uma imprudência de quem deveria dar exemplos de uma personalidade e caráter estruturados. O estado a que chegou a ocupação de escolas em todo o Brasil é originado também da mera ausência, mera falta de um aparato pré-estabelecido para evitar-se tal descalabro. Jovens, alguns ainda impúberes, empunham bandeiras e fazem coro contra o que não têm pleno ou quase nenhum domínio de conhecimento e são incentivados e apoiados por quem deveria, em tese, ter algum domínio sobre o saber e a aplicação do mesmo. Assisto, desde o meu ponto de observação, a clareza da ignorância, da malícia e da fraqueza na maioria daqueles que apontam a edição da PEC 241 como a única responsável pela sua rebeldia. Francamente... Até entendo que alunos e professores, da mesma forma que outros cidadãos de classes trabalhadoras diversas, desejem sempre o melhor para si e sepultem o que é ruim em se tratando de tudo aquilo que imaginam possa prejudicá-los em seus estudos e ofícios; entretanto, sem conjecturarem ações comuns que causem prejuízos a uma considerável parcela da sociedade, onde eles mesmos estão inseridos e a qual deverá acolhê-los para seguirem sempre adiante na busca pela concretização de seus respectivos ideais. Se a PEC 241 não agradou a todos os docentes, que esses apresentassem propostas melhores em relação àquelas que imaginam ter empalecido, ao contrário de usarem jovens estudantes como a fantoches das suas queixas: congelar por vinte anos(!) os gastos do setor público; adequar as despesas em função do total auferido; dispensa de servidor público por mau desempenho profissional; restrições de pagamento a pensões, aposentadoria por invalidez e revisão do Auxílio Doença, o qual, há tempos, vem apresentando fraudes que causam imenso prejuízo ao erário público e adoção de novos critérios para a concessão do PIS/Pasep e do Seguro Desemprego.  Ao contrário do que muitos estão alardeando, a Saúde e a Educação não sofrerão qualquer prejuíz o total destinado pelo governo àquelas duas essenciais áreas de atendimento à população continuará obedecendo aos mesmos critérios, salvo, é claro, correções em seu valor e de acordo com os índices de inflação. Além do que, fica proibida a criação de novos cargos ou funções públicas e reajuste salarial de servidores. A reconstrução do Brasil após a devassa nas contas públicas provocadas pelo último governo, não poderá ser artificiosa, mas real, e falar a mesma língua através de milhões de bocas brasileiras, de todos os quadrantes e de todas as classes. Afogueados pelo sentimento de mentes que tentam servir seus próprios interesses antes de, prioritariamente, aceitarem o que foi determinado para a otimização da sua própria intelectualidade, aqueles revoltosos estudantes deveriam, antes do mais, estabelecer critérios que os façam seguir a sua própria opinião, comandar os seus próprios passos e, enquanto mantendo a sua visão no futuro, não se deixarem contagiar por ideias que vultuosamente propagam o contrário daquilo que apregoa o ensino oficial. A influência de professores que se utilizam de política para impor a sua vontade pessoal é assaz temerária e visto não ser esse o motivo para o qual estudaram e foram contratados.

(*) Agente Social [email protected]

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