ARTICULISTAS

Dois de Novembro

Finados... Alguns dizem que é o dia de se lembrar daqueles que partiram e não mais vão retornar...

Marco Antônio de Figueiredo
Publicado em 31/10/2016 às 09:59Atualizado em 16/12/2022 às 16:47
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Finados... Alguns dizem que é o dia de se lembrar daqueles que partiram e não mais vão retornar. Fiquei por vários minutos a refletir... Penso que este dia deveria ser denominado como o Dia da Saudade. Quem nunca sentiu saudades de uma pessoa ou de momentos que não voltarão a acontecer mais?

Lembrei-me agora de meu irmão Aluízio, de meu avô Moisés, de meu Pai – Dr. Ariovaldo Alves de Figueiredo, de meu sobrinho Gabriel, das brincadeiras, dos “bate-papos” após o almoço, das viagens, do chamego, dos sorrisos, das broncas dos conselhos e a palavra saudade foi tomando forma e várias definições, de acordo com o contexto em que vivemos em cada época. Uma coisa é certa: saudade é sinônimo de lembranças, nostalgia e momentos inesquecíveis.

Saudade é um substantivo tão abstrato, que outros idiomas não sabem como traduzi-la, somente a língua portuguesa traduz esse sentimento.

Dois de novembro, para muitos, é realmente o Dia da Saudade, que sabiamente foi definida pelo uberabense, embaixador, poeta, escritor, eterno Mestre e fundador da Universidade de Uberaba, Mário Palmério, ao compor a “Guarânia da Saudade”: “Se queres compreender o que é saudade, terás que antes de tudo conhecer, sentir o que é querer e o que é ternura, e ter por bem um grande amor viver. Então compreenderás o que é saudade, depois de ter vivido um grande amor... Saudade é solidão, melancolia, é nostalgia é recordar... viver”...

Irreparáveis as palavras do Mestre Mário Palmério ao afirmar que saudade é recordar e viver, porque, neste dia, sempre nos surgem tristezas, mescladas com uma dor, acompanhada de uma nostalgia infinita ao nos relembrarmos dos momentos que vivemos com nossos entes queridos e amigos que se foram.

É uma dor em forma de um grito silencioso que aperta o coração, deixando suas batidas descompassadas, ecoando um som mudo espalhado pelo corpo.

Paro por um instante para rever na mente as faces daqueles que insistem em permanecer no meu consciente e subconsciente, fazendo as lágrimas surgirem em um choro trêmulo, embargando a voz que não consegue sair.

Olho o calendário com vontade de apagar este dia que nos traz algumas dores em forma de uma tristeza que chega a dar vontade de me recolher em silêncio para um lugar em que não possa ser incomodado e nem compartilhar com quem quer que seja esta nostalgia, que se repete todos os anos.

Dia de Finados... Poderia dar outras definições para esse dia, mas sempre o relacionando com saudade, lembranças, tristezas e melancolia, diante da inevitável existência desse dia no calendário, mas insistindo, todos os anos, em alimentá-lo com lembranças dos bons momentos, revendo fotografias de lugares em que curtimos com aqueles que nos são queridos e reviver aquele passado de felicidade que ainda existe cravado em meu coração.

Marco Antônio de Figueiredo

Articulista e advogado

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