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Os outros Poderes

O Brasil é uma república federativa constituída por três Poderes independentes e harmônicos...

Márcia Moreno Campos
Publicado em 30/10/2016 às 12:53Atualizado em 16/12/2022 às 16:48
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O Brasil é uma república federativa constituída por três Poderes independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. Atualmente, não tão harmônicos nem independentes assim. A pressão popular atinge em cheio o Poder Executivo em todos os seus níveis, não sem razão e merecimento, lógico, mas poupa os outros dois Poderes de críticas contundentes e exigências de reformas profundas em suas organizações e estruturas. O Poder Executivo tem um rosto, um responsável, a quem podem ser atribuídos todos os desvios, as mazelas, má gestão, erros e acertos. Com esse foco, nos esquecemos do peso que Legislativo e Judiciário representam para os cofres públicos, além de deixarmos de avaliar suas eficiências.

No Legislativo a revolta é pontual, com esse ou aquele membro, como no exemplo recente do "Fora Cunha". Mas o que se pode dizer do Legislativo como um todo? Cumprem suas excelências a missão outorgada pelo voto ou simplesmente se contentam em defender interesses particulares e partidários sem sequer se preocupar com o que é bom para o país? Infelizmente, o que se nota é uma constante submissão aos ditames do Executivo quando de situação, e posicionamentos sempre contrários quando de oposição, em prejuízo do mérito e do bem público. A Política é o único fim, reeleições indefinidas, o único objetivo. Sem contar que cada um dos eleitos para representar o povo desfruta de privilégios jamais sonhados por esse mesmo povo que representa. São assessores em quantidade de dar inveja a qualquer empresário, verba disso e daquilo, diárias, passagens aéreas, celular, carros, combustível, planos de saúde vitalícios para si e seus familiares e aposentadoria em valores e condições bem diferentes daquelas concedidas pelo INSS. Na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, os excelentíssimos senhores deputados detêm nas mãos o destino do governador, que possui maioria na Câmara, e, portanto, pouco importa a dimensão dos seus malfeitos, contará com a indulgência dos seus pares. Essa simbiose entre Executivo e Legislativo nos conduz à certeza de que um dos dois Poderes está sobrando, ou perdeu o rumo.

Com relação ao Judiciário, que cumpre sua função julgadora tão importante para a manutenção da ordem, também pipocam exemplos de gastos perdulários com o dinheiro público em alguns tribunais e pleitos de reposição salarial, alheios à massa cada vez maior de desempregados. O Judiciário brasileiro consome 1,3% do PIB do país, enquanto a maioria das nações fica no patamar do 0,3% (fonte: Folha de S.Paulo).

Sensibilizar-se com o problema do povo é o mínimo que se espera dos integrantes dos três Poderes da República, pois somente com o sacrifício de todos o Brasil conseguirá sair da crise que tira empregos, nega atendimento médico decente e ceifa vidas anônimas.

Hora de propor e exigir reforma em todo o Sistema, com o enxugamento da máquina pública e o fim dos privilégios inconcebíveis aos simples mortais. Que não falte coragem aos homens de bem!

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