A conta chegou, não tem mais jeito, temos que enfrentar o problema agora, de imediato, não tem mais delongas. Repito, o título é esse mesm A conta chegou!!
Não tenho a mínima dúvida de que vou contrariar muita gente. Vou ser chamado de direitista, elitista, inimigo do povo, retrógrado e de tantas outras coisas mais. Pois pode chamar do que quiser, estou pouco ligando.
Desde os tempos de colégio, aqui na terrinha, conheço pessoas e mais pessoas que adoram uma boquinha – não gostam de trabalhar. E não é só aqui, mas também na minha terra natal, Igarapava/SP. Sempre estão penduradas no setor público – a família inteira!
Quero deixar bem claro que tenho quase 36 anos de carteira de trabalho, devidamente anotada e com registro, tão somente, na iniciativa privada, ou seja, caso queira, posso ir até o INSS e requerer minha aposentadoria por tempo de serviço. Pois bem, são trinta e seis anos de registro na iniciativa privada, nada de setor público; mais da metade desse tempo como advogado e professor universitário.
Nos últimos 20 anos de registro, contribuí bem próximo do teto adotado pela legislação vigente. Caso venha requerer minha aposentadoria, vou receber algo em torno de R$3.200,00 – três mil e duzentos reais –, talvez um pouco mais. Este vai ser o valor aproximado dos meus proventos na inatividade.
Confesso, ainda, que fico envergonhado de requerer aposentadoria aos quase 54 anos de idade. Vale lembrar que tenho uns 4 anos como autônomo, o que somaria uns 40 anos de tempo de serviço.
Mesmo assim, entendo que é chegada a hora da reforma da Previdência, dentre outras; não tem como fugir. O remédio é amargo, muito amargo; a doença instalada nestes longos anos, caso não seja debelada, vai matar o paciente.
A nação não mais consegue sobreviver com tantas benesses, penduricalhos e outras coisas inomináveis em favor de uma elite, uma casta, às custas do suor do povo brasileiro. Refiro-me aos altos salários pagos no Judiciário, Ministério Público, Senado Federal, Câmara dos Deputados, Assembleias Legislativas, Câmara de Vereadores, Universidades Federais e Estaduais, Autarquias, Empresas Públicas, etc, etc. O cofre não aguenta mais, o país tá quebrado; corremos o risco de virar uma Grécia!
Entendo e compreendo que os servidores públicos, de modo geral, prestaram um concurso, estudaram, não tiveram vida fácil, etc. Mas daí ser uma elite, uma casta superprivilegiada e com poderes jamais vistos, regalias e mais regalias, não posso concordar. Isso tem que mudar, e rápido, principalmente no mundo político. A média salarial paga aos aposentados do Judiciário Federal, incluindo o Ministério Público Federal, importa num valor na casa de R$25.000,00 (vinte e cinco mil reais)/mês; no Congresso, algo em torno de R$27.000,00 (vinte e sete mil reais). Na iniciativa privada – no meu caso e da imensa maioria dos brasileiros – não ultrapassa R$1.200,00 (mil e duzentos reais)/mês. Quem verdadeiramente carrega o piano, andando de ônibus, custando a pagar seus débitos, não tendo moradia digna, gerando riqueza com sua força de trabalho, ganha essa montanha de dinheiro quando aposentado?