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Doação de órgãos

A Associação Brasileira de Transplante de Órgãos tem intensificado sua campanha de conscientização...

Mário Salvador
Publicado em 04/10/2016 às 19:03Atualizado em 16/12/2022 às 17:08
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A Associação Brasileira de Transplante de Órgãos tem intensificado sua campanha de conscientização sobre a importância de se doarem órgãos. E 27 de setembro é o Dia Nacional da Doação de Órgãos.

Para se tornar um doador, basta avisar a família. Podem ser doados rins, coração, pulmões, fígado, pâncreas e, também, tecidos, como córneas, pele e ossos. Uma fila de trinta e três mil pacientes aguarda doação, mas apenas quarenta e quatro pessoas, em um milhão, são doadoras. Para que a retirada dos órgãos e tecidos seja efetivada, é preciso que o doador tenha sofrido morte encefálica, ou seja, que tenha sofrido um dano cerebral irreversível e que os membros da família autorizem o procedimento, mas quarenta e três por cento das famílias não autorizam a doação. Pessoas vivas podem doar órgãos que não prejudiquem funções vitais, como rim, parte do fígado, da medula óssea ou do pulmão. Nesse caso, parentes até quarto grau podem ser doadores; outros casos, só com autorização judicial.

Na Semana de Doação de Órgãos foram entrevistadas pessoas que só estão vivas graças ao generoso gesto do doador ou de seus familiares, que permitiram a doação. Um senhor que recebeu o coração de uma jovem se sentiu na obrigação de colaborar com a campanha. Um jovem morreu atropelado e a família optou por fazer a doação dos órgãos. E muitos se beneficiaram de tão generoso gesto. Um dos pontos principais da campanha é conscientizar aquele que quer ser um doador sobre a necessidade de informar a família a respeito dessa decisão.

Muitas pessoas já faleceram pela impossibilidade de receber transplante. Nesses casos, só o transplante salvaria a vida. Convivi com um paciente que deveria passar por uma delicada operação, que não foi realizada em decorrência de problemas no fígado. Quando a família levantou a possibilidade de um transplante, foi informada sobre a enorme fila de espera de doadores de fígado. E são muitas as exigências para que um órgão seja doado e efetivamente transplantado. Dentre outros, há problemas de compatibilidade, idade e saúde do doador.

Milhares de pessoas estão vivas graças a um órgão que receberam em tempo oportuno. Muitos corações continuam a bater em outro corpo, e os generosos doadores e suas famílias são os maravilhosos responsáveis pela continuidade de uma vida. Também muitas córneas permitiram que pessoas voltassem a ver as cores que as rodeiam.

O delicado assunto de doação de órgãos envolve, acima de tudo, emoção e amor ao próximo. A decisão de doar órgãos é pessoal, mas envolve também a família. É bom pensar que a morte de quem é querido por nós não terá sido em vão; que uma parte dessa pessoa tão amada continuará a ter vida, e que a família que autorizou a doação terá garantido a oportunidade de mudar a vida de alguém e, com ela, a de outra família. Como nos ensinou Jesus Cristo, prova de amor maior não há que doar a vida pelo irmão.

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