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Não me peça o voto

Foi dada a largada para as eleições municipais de 2016. Partidos se acomodaram como puderam...

Márcia Moreno Campos
Publicado em 04/09/2016 às 16:41Atualizado em 16/12/2022 às 17:27
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Foi dada a largada para as eleições municipais de 2016. Partidos se acomodaram como puderam, ideais à parte, em busca de maior tempo na TV e coligações promissoras para eleger seus quadros de vereadores. Essa é a época em que mais se evidencia a política como ela de fato é, totalmente dissociada dos anseios da população. Promessas mirabolantes e impossíveis de realização são disparadas como flechas em busca de eleitores distraídos. Só não vale perder, pensam muitos.

Acho errada a regra que impõe tempo maior de rádio e TV para os partidos com maior número de cadeiras no Legislativo. Como eleger os novos se nem podem se mostrar? Um país condescendente com a proliferação de partidos políticos, 35 ao todo, e outros tantos a caminho, tem que se virar para expor igualmente todos os candidatos, ou deixar de brincar de fazer reforma política e votar uma cláusula de desempenho e o fim das coligações para a disputa de deputado e vereador, medidas que coibiriam esse número excessivo e desnecessário. Porém, pensar de forma racional não é atributo próprio dos que fazem as leis. E sem que nada aconteça, de novo estamos às voltas com candidatos nos pedindo o voto.

Não me peça o voto se você troca de partido como troca de roupa, substituindo ideais e crenças por interesses pessoais e eleitoreiros. Não me peça o voto se você faz da política uma profissão, com objetivos outros que não buscar o bem-comum. Não me peça o voto se você é ficha-suja e só ainda se mantém elegível graças a infindáveis recursos judiciais. Não me peça o voto se não se sente preparado para representar o povo e só aceitou a indicação a pedido de dirigentes partidários interessados em sua popularidade como puxador de votos. Não me peça o voto se você está entrando em uma aventura sem se dar conta da responsabilidade que recairá sobre seus ombros. Não me peça o voto se sua intenção é o poder inebriante e bajulador, capaz de proporcionar muitas oportunidades não republicanas. Não brinquem com o povo. Não desperdicem esperanças que serão em ti depositadas. Não se valham de manobras e recursos cujo único fim é enganar o eleitor. Um voto é um atestado de confiança que precisa ser correspondido. Votar com consciência e conhecimento é um dever do cidadão. Isto posto, podem me pedir o voto.

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