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Ainda Falando de Felicidade

Ah... a felicidade! Ninguém gosta de se sentir infeliz. O escritor gaúcho Érico Veríssimo...

Sandra de Sousa Batista Abud
Publicado em 22/07/2016 às 21:56Atualizado em 16/12/2022 às 18:02
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Ah... a felicidade! Ninguém gosta de se sentir infeliz.

O escritor gaúcho Érico Veríssimo (1905-1975) em seu livro Olhai os Lírios do Campo afirmou: “Felicidade é a certeza de que a nossa vida não está se passando inutilmente.” E já dizia Tom Jobim:... “é impossível ser feliz sozinho”. O convívio com os demais é um ingrediente essencial. A felicidade é diretamente proporcional à capacidade de estabelecer vínculos afetivos em todas as áreas – a família, o trabalho, o lazer, a sociedade. Esses laços podem ser criados de várias maneiras. No mundo inteiro, 92% dos indivíduos se casam ao menos uma vez, conforme estudos da USP. Quem não se casa, com exceções, começa a se comparar com os demais e a sentir solidão.

Pesquisas atribuem 50% da satisfação a fatores hereditários e os outros 50% ao modo como cada um encara suas experiências. A infelicidade, em certos casos, depende da disposição mental do individuo, da sua maneira de ver o mundo e de reagir às diferentes situações. Para alcançar a felicidade, cada um deve encontrar o caminho por si mesmo. Cada indivíduo experimenta a felicidade de um jeito diferente. Ela não é algo que se obtenha seguindo determinadas regras.

Há quem encontre na fé o sentido da existência. As religiões sempre tiveram a função de mostrar que todos podem ser felizes desde que vivam em comunhão uns com os outros. O engajamento em trabalhos sociais pode contribuir para satisfação pessoal, assim como os indivíduos felizes estão mais dispostos a ajudar quem precisa.

A alegria que o dinheiro proporciona logo se desfaz, ele pode até satisfazer desejos e necessidades imediatas, mas não deixa ninguém feliz por muito tempo. O ser humano pode se acostumar depressa aos acontecimentos favoráveis ou desfavoráveis. Os fatores externos fazem diferença, mas o grau de satisfação na obtenção de desejos materiais é passageiro. É claro que não há como se sentir bem se faltar dinheiro. Os novos milionários estão pouco mais felizes do que a média. Estudos desmentem a ideia de que só se é feliz com a posse do que não se tem.  O mais importante é a satisfação interna. Segundo pesquisa realizada pelo Datafolha, IPS, com 2.698 brasileiros, sobre que ideias associavam à felicidade, ganhou a saúde, com 24% das respostas; em 2º lugar, com 10%, ficaram a harmonia familiar, a estabilidade financeira e o estar bem consigo mesmo.

Uma pessoa saudável precisa experimentar emoções positivas e negativas. Só pode ser feliz quem vive intensamente o que sente, tendo consciência do fato. Assim é que os seres humanos se diferenciam dos animais, pois todos os mamíferos passam pelas mesmas reações químicas quando o cérebro experimenta a sensação de prazer, mas só os homens têm consciência de que são felizes ou infelizes.

O estado de fluxo, vinculado ao ideal da felicidade, está ao alcance de todos, não depende da idade, da classe social ou do nível de instrução, mas do engajamento consciente nos desafios diários. Nem tudo é agradável nessa busca, mas o resultado, a felicidade, vale a pena.

(*) Psicóloga Clínica 

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