Luzes que salvam

Em vigor desde 8 de julho, a Lei que obriga veículos a trafegarem por rodovias do país com farol baixo ligado durante o dia é um procedimento simples que salva vidas, pois permite maior visibilidade de veículos que trafegam na direção oposta, o que reduz o número de acidentes frontais. A lei também garante maior segurança para pedestres, especialmente quando precisam atravessar a rodovia, e para ciclistas. E condutores também saem ganhando, pois ficou comprovado que, com faróis do próprio veículo acesos, a distração do motorista diminui.

“Paz é a gente que faz” afirma meu amigo Carlos Finholdt Júnior, policial rodoviário aposentado, que empreende campanhas por um trânsito seguro na cidade. Há tempos, ele já defendia a ideia de que veículos deveriam circular com faróis baixos ligados para serem percebidos a distância, principalmente por idosos, que, normalmente, se distraem com mais facilidade.

Quem viaja por rodovias já deve ter sido surpreendido pela aproximação abrupta de algum veículo. Nessa hora, mesmo que o reflexo do motorista seja muito bom, o tempo para realizar alguma manobra que evite um acidente pode ser insuficiente. É certo que, em vez de enfrentarmos uma lei, poderíamos estar diante de uma recomendação apenas; porém são poucos os que optam por fazer algo, mesmo que seja bom, se não forem obrigados.

O percentual do número de acidentes que serão evitados, com a nova lei, é pequeno, entretanto, tendo em vista o vultoso número de acidentes nas rodovias do Brasil, o resultado será bastante significativo, como o foi nos Estados Unidos e na Argentina, países onde a lei já vigora. Diminuirão, ainda, as hospitalizações, mutilações, indenizações por acidentes, licenças de saúde, aposentadorias por invalidez... Para as motos, que, naturalmente, podem vencer distâncias com maior facilidade, bem como para ônibus, a lei já existe há mais tempo.

Apesar de a lei não dizer respeito ao trânsito de veículos em zona urbana, diversos carros que trafegam pela cidade durante o dia têm o farol aceso, por opção do condutor. Há até quem acabe desistindo dessa medida de segurança, diante do estranhamento que ela causa aos outros motoristas.

Essa lei inteligente, que nada custará aos cofres públicos, logo terá seus resultados avaliados. E em breve, também, todos já estaremos habituados a ela, como aconteceu quando se tornou obrigatório o uso do cinto de segurança. E, quem sabe, com os resultados, apesar de serem realidades muito diferentes, talvez comece um estudo para que a lei seja estendida para o tráfego em zona urbana.