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O funcionário

O governo quer ir além do corte dos 4.000 postos de confiança. Pediu um estudo...

Mário Salvador
Publicado em 21/06/2016 às 19:10Atualizado em 16/12/2022 às 18:24
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“O governo quer ir além do corte dos 4.000 postos de confiança. Pediu um estudo sobre a possibilidade de reservar cargos comissionados a servidores de carreira” – a boa notícia saiu em junho deste ano. Pelo tamanho da máquina estatal-federal, o corte é pequeno, mas visa à justa valorização do funcionário de carreira competente, que faz a máquina administrativa funcionar.

Prefeito, governador e presidente da República, obrigados a pagar por apoios a partidos políticos, recebem indicações para cargos vagos. Nem sempre competente, o indicado recebe bons vencimentos, porém é o competente funcionário de carreira, com remuneração bem menor, que faz o órgão funcionar. Uma máquina administrativa dispensou 400 funcionários de confiança recentemente e continuou perfeita, gerida por ótimos servidores.

Conheci gente competente no exercício da função. Como exemplo, cito uma funcionária municipal que conhecia todos os servidores da Prefeitura. Um dia, pedi que sugerisse alguém para determinada tarefa. Com seu gosto por ajudar, indicou alguém competente, que atendeu às expectativas. No jargão da profissão, ela possuía seu networking (rede de contatos profissionais). Bons contatos permitem-nos fazer bons negócios, obter informações e boa colocação profissional. Além disso, como ninguém faz tudo sozinho, é preciso cercar-se de pessoas competentes; o serviço de umas completa o de outras e todos agregam experiência à equipe.

É comum encontrarmos funcionários públicos ou privados sobrecarregados de serviço e constatarmos sua eficiência. Muitos deles reivindicam serviço para si e sentem prazer em fazer isso. E estão sobrecarregados justamente por resolverem melhor e mais rapidamente diversas tarefas. Mas muitos deles são injustamente humilhados por quem os procura querendo resolver seu problema e não se dá conta de que funcionário é empregado e não, o culpado ou responsável por certas situações. Ele é instruído por superiores e obedece às ordens deles. Quem é inteligente sabe disso e não reclama errado.

“Gentileza gera gentileza”, dizem cartazes em repartições, inspirados nos ensinamentos do carioca José Datrino, o Profeta Gentileza. E é com gentileza que devemos nos dirigir a qualquer servidor. Ser simpático, educado e grato são atitudes que, é claro, fazem toda a diferença quanto ao atendimento que receberemos.

“Cada um dá o que tem”, já ensinava o velho ditado. Pela forma como tratamos o outro, mostramos nosso nível de inteligência emocional. Funcionários dedicados e competentes dão conta do serviço, com propriedade, e merecem e devem ser mais valorizados e respeitados por seus superiores e pelo povo.

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