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As águas vão rolar e enrolar...

Walt Disney certamente faria um filme, se vivo estivesse e acompanhasse os noticiários desta terra tupiniquim

Marco Antônio de Figueiredo
Publicado em 13/06/2016 às 08:49Atualizado em 16/12/2022 às 18:29
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 As águas vão rolar e enrolar...

Walt Disney certamente faria um filme, se vivo estivesse e acompanhasse os noticiários desta terra tupiniquim. Também se pudesse escrever o roteiro para ele, descreveria um mundo encantado diferente, mas aproveitaria um pouco da fantasia daqueles que já foram editados, gravados e exibidos pelo universo afora.

Mostraria um mundo habitado somente por animais, “governado” pelos mais espertos, divididos em continentes separados por oceanos.

No norte, o “Barata” governaria vários estados, sempre unidos, com pulso firme e antenas sempre alertas para espionar os demais países.

Do outro lado do Hemisfério Norte, um Panda que fica “Putin” da vida, por inveja do estrelado país do Barata.

Mas, o filme iria focar um território antes reinado por “enteada” de um Leão Marinho, batizado como se fosse um molusco. No começo, a grande maioria dos animais a considerava “dilmais”, mas parecida, ora com a majestosa e desorientada anta, ora com uma garbosa e esfomeada avestruz.

Um reinado diferente, onde bastou pensar ser uma terra abençoada por Deus que os bichos acharam estar no “Paraíso”, trabalhando seis meses e três ficando à custa do salário desemprego. Os amigos da Rainha, principalmente as hienas, se lambuzavam em seus banquetes feitos nas sombras e escuridão dos corredores do palácio e minas inesgotáveis de riquezas que dão sustento ao reinado.

A população começou a se revoltar com tamanha safadeza; demorou, mas apareceu um falcão, que dizem ser chocado no ninho dos tucanos existente lá pelas bandas do sul, que começou a jogar jatos d’água no lamaçal e a pressão do jato, engaiolaram as aves de rapina, pardais e até um gavião que come acarajé. Mas, estranhamente no ninho tucano não respingava nem uma gota d’água.

Enquanto isto, a Corte, composta por pavões, morcegos, vampiros, tucanos, araras, bichos preguiça e rolinhas, resolveu impedir a abelha rainha de fazer cera ou ficar voando. Uma coruja, ao votar, exaltou a honestidade de seu marido, que foi preso dois dias depois, e um galinho “garlinzé”, daqueles que nem voz firme não tem ainda, também afirmou ser honesto como seu avô e o pai.

Outro falcão, seguindo exemplo do primeiro, cismou vendo um tucano de altas plumagens, sempre garboso e arrogante cantand As águas vão rolar gargalo cheio eu não quero ver sobrar, eu passo a mão e saco, saca, saca-rolha e bebo até me afogar. Mas se a polícia me prender, vai ter que me soltar, sou tucano e ninguém me agarra, ninguém me agarra.

Foi o bastante... o Falcão procurou e achou o suficiente para desconfiar de que alguma coisa está errada. Armou o alçapão, prendeu o tucano e cantou Plunct... Plact... Zum... você não vai a lugar nenhum! Pra voar tem que ser selado, registrado, carimbado e é preciso meu carimbo dando o sim.

Como está tudo indo por água abaixo, resultando na queda da dinastia até daquela considerada “dilmais”, queda esta direcionada pelo forte calor marinho, só nos resta acreditar que a água que leva muitos animais ao desespero por viverem nas correntes hidráulicas do peculato, da prevaricação, ou no lamaçal da impunidade, sirva para lavar esse País da imundície feita pelos porcos, ratos e gambás que sobrevivem nos esgotos e adutoras da corrupção.

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