ARTICULISTAS

Acorda, Brasil!

O quadro político tupiniquim acabrunha o mundo. Deixou de estar relacionado diretamente à vida dos brasileiros

Gustavo Hoffay
Publicado em 06/06/2016 às 08:53Atualizado em 16/12/2022 às 18:35
Compartilhar

 Acorda, Brasil!

O quadro político tupiniquim acabrunha o mundo. Deixou de estar relacionado diretamente à vida dos brasileiros para ganhar o espanto de milhões em todo o planeta. A principal face de tudo o que aí está relaciona-se à ética, ao respeito, ao encarar-se as prioridades, à falta de solidariedade para se arrumar a casa e, também, para que seja erguido um novo Brasil.

Um “brasil” da falta de confiança na política, do não compartilhamento de esforços e sacrifícios, do desinteresse de muitos em participar sadiamente de compromissos que resultem em propostas de governo e articulações que façam brotar medidas de urgência para a salvação nacional, não! Sim à “salvação” de um país que tem de tudo para se tornar um dos mais produtivos e socialmente justos de todo o mundo, mas que, nos últimos anos, foi conduzido de maneira absolutamente restrita a interesses partidários enquanto tendo a grande maioria do seu povo subjugada à condição de meros objetos, em um jogo de cartas marcadas e em benefício de pouquíssimos cidadãos.

A população tupiniquim deseja um líder que haja de maneira robusta e transparente na condução do seu destino, em um mundo cada vez mais exigente e de crescente interdependência entre as nações. Já vai longe o tempo em que os nossos políticos em Brasília podiam agir sem levar em conta os efeitos da sua própria conduta sobre o povo; época na qual as informações derivadas dos principais centros de decisão política eram quase todas obnubiladas pela censura vigente. É dever de Michel Temer dar urgente e exclusiva prioridade aos problemas nacionais, a começar pelo enxugamento da máquina pública. Diminuir o gasto proveniente de mordomias e de milhares de cargos comissionados; promover a união dos brasileiros e o desenvolvimento por meio de uma política econômica justa e austera, de modo a salvar a paz em um país afogado em conflitos.

Colocar em prática medidas econômicas que deem um vigoroso impulso ao surgimento de um novo Brasil, controlando ao mesmo tempo a temida inflação, é tarefa que deve, antes, ser encarada como altamente estimulante para cada um de nós. E isso irá exigir dos novos e provisórios detentores do poder qualidades inequívocas de competência e de desinteresse pessoal, além de muita imaginação e paciência.

É de desejar-se que os nossos atuais governantes examinem a fundo a saúde financeira do nosso país e tenham, de fato, a coragem cívica e moral de nos informar acerca da nossa responsabilidade para que se crie um consenso, mesmo que amargo, sobre a necessidade de ajustamentos econômicos severos. Se vierem denúncias sobre a governança petista, que venham acompanhadas de esclarecimentos sobre as condutas atuais e adotadas por Temer e sua equipe. Sim, porque é muito fácil alijar sobre os governantes imediatamente anteriores a responsabilidade total das injustiças em curso, se não se toma, ao mesmo tempo, consciência de que tem parte nelas.

O saneamento da política em nosso Brasil e a reforma em nossas instituições irão favorecer ou restabelecer a confiança da maioria dos brasileiros, desde que aceitemos as necessárias medidas de correção e cooperemos na sua eficaz aplicação. Deixar tudo por conta do governo seria, sim, o início de uma prática coletiva de suicídio em termos sociais e econômicos. Que sejam urgentemente mobilizados os recursos disponíveis para a descoberta de um novo Brasil. E isso não é apenas uma meta, mas uma necessidade premente para reconduzirmos o nosso país aos trilhos que o levem a um futuro cada vez melhor para cada um de nós.

Gustavo Hoffay

Agente social, presidente do Conselho Deliberativo da Fundação Frei Antonino Puglisi/Uberlândia-MG

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Logotipo JM Magazine
Logotipo JM Online
Logotipo JM Online
Logotipo JM Rádio
Logotipo Editoria & Gráfica Vitória
JM Online© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por